Duelo: Allan x Jair – O Atlético precisa dos dois…
Foto: Flickr oficial do Atlético
Por: Betinho Marques / @rmarques13
A matemática sempre presente. Passados 60% do campeonato, entender o que funciona mais pode fazer a diferença. Jair e Allan são atletas importantes do elenco atleticano, porém, sempre há preferências. Com intuito de gerar o debate sem esgotar o assunto por simpatias, levantamos informações importantes para conclusões dos leitores. O importante é ter boas ferramentas e saber quando usá-las.
Faremos um exposto abaixo com quatro situações de jogo e mediremos além dos números pessoais o aproveitamento em cada uma delas. Obviamente, há sempre variações em função de lesão, COVID e cartões. No entanto, a importância dos atletas temas do texto se mostra na sua grande utilização quando estão disponíveis, vejamos:
1 – Jair
Utilizado como um meio-campista protetor, o atleta que veio do Sport tem uma função de mais avanço físico no campo adversário. Atuou em 19 dos 23 jogos do Galo no BR20 e iniciou jogando em 17 pelejas. Seus números ainda se beneficiam de duas assistências e um gol, destacando a atuação emblemática contra o São Paulo. Naquela partida, o meia deu uma assistência a Alan Franco após roubar a bola e ainda fez um gol.
Resumo base no BR: Jogos – 19; Iniciou – 17; Minutos jogados – 1402; Equivalência de jogos em minutos – 15,5; Média de Minutos por jogo – 74; Assistências – 2; Gol – 1; 89% de aproveitamento nos passes.
Aproveitamento de pontos do Galo com Jair – 56,14%
2 – Allan
Versátil é um predicado para qualificar Allan. Desde o início do trabalho de Sampaoli o gaúcho foi um dos que primeiro entendeu os conceitos da saída de três, do jogo posicional e isso também ajudou na evolução do time. Dono do passe limpo, mais vertical, Allan chega menos à área, mas faz seus passes chegar. Além disso, várias vezes foi utilizado como lateral e sempre teve rendimento aceitável, tornando uma “carta” a mais no improvável que precisa ser o futebol para desconstruir o óbvio que o adversário pensa. Atuou em 18 partidas do BR e iniciou em 14. Fez boas partidas fechando espaços em jogos importantes contra Coritiba e Flamengo, no caso do Urubu, no turno e returno. Mesmo que ainda não tenha assistências ou gols ainda na competição o aproveitamento do Atlético com Allan é de 68,52%, mostrando uma eficiência alta coletiva quando o “esquentadinho” joga.
Resumo base no BR: Jogos – 18; Iniciou – 14; Minutos jogados – 1300; Equivalência de jogos em minutos – 14,4; Média de Minutos por jogo – 72; Assistências – 0; Gol – 0; 87% de aproveitamento nos passes.
Aproveitamento de pontos do Galo com Allan – 68,52%
3 – Allan + Jair?
Pois é! Neste contexto existem duas situações, vejamos:
- Allan e Jair iniciando o jogo juntos;
- Allan e Jair jogando parte do jogo juntos (um iniciando e outro entrando ao longo da partida).
Jair e Allan iniciaram juntos 10 partidas. Algumas delas como dois meias de proteção, outras com um lateral (Allan) e um meia (Jair). Nessa situação (iniciando juntos), Sampaoli teve 53,3% de aproveitamento, ou seja, menor que quando Allan (68,5%) ou Jair (56,1%) jogam sozinhos e dando mais papo para a resenha com a frase: “Não dá para jogar Jair e Allan juntos”. Porém, o futebol, muitas vezes parece simples, mas o bom uso da ciência e tecnologias provam que o sistema é complexo e há mais variáveis a se considerar.
Os gaúchos Jair (Ibirubá) e Allan (Porto Alegre) jogam mais uma para o debate: não é possível iniciar juntos? Por que quando se encontram ao longo do segundo tempo é possível ganhar 15 de 18 pontos, obtendo 83,3% de aproveitamento numa amostra de seis partidas?
Allan, versátil, mais coletivo, tem o passe vertical. Jair, faz gol, dá assistências, carrega mais a bola. Ambos do Rio Grande do Sul, importantes para o elenco com média de mais de 70 minutos jogados quando estão disponíveis. Números + análises não são excludentes, são complementares. Por fim, lesões, ambiente interno/ externo, adversários, os outros atletas do elenco, desfalques, chuva e sol, enfim, a análise do duelo Allan x Jair é só um pedacinho de um sistema complexo que compara atletas muito bons e que levanta humildemente um debate sem esgotamento.
Problema do Sampaoli!
