Com foco no Athletico-PR, mas sem deixar de olhar o São Paulo, Éverson falou em coletiva na Cidade do Galo
Foto: Flickr oficial do Atlético / TV Galo
Por: Rodolfo Simões / @RodolfoJornali1
O Atlético vacilou na última rodada contra o Internacional e acabou vendo o São Paulo abrir 7 pontos na liderança do Campeonato Brasileiro. Por mais que o próximo jogo seja importante, é difícil não pensar no confronto que acontecerá quarta-feira, 16, no Morumbi.
Em entrevista coletiva na Cidade do Galo, o goleiro Éverson falou sobre o momento atual do Galo e o pensamento nos próximos jogos pelo Brasileirão.
Ontem o São Paulo abriu 7 pontos, com isso, o confronto da semana que vem ganhou ainda mais em importância. Claro que o pensamento é no Athletico Paranense, mas como vocês estão acompanhando essa arrancada do time paulista?
“Como você frisou muito bem, hoje o nosso foco é a equipe do Athletico Paranaense, mas é inevitável você não acompanhar os jogos do São Paulo e pensar no jogo da próxima quarta-feira. O duelo contra eles será difícil e é uma partida que pode definir o possível campeão do campeonato brasileiro. Vamos focar primeiro no Athlético, e, depois, pensar no jogo do Morumbi, em fazer um grande jogo e conseguir uma vitória fora de casa”.
Ontem o Rever esteve aqui e falou sobre as críticas ao sistema defensivo. Como você vê o funcionamento da defesa, o time tem sofrido muito, o que falta para ser um time realmente confiável e realmente brigar pelo título com o São Paulo?
“A gente trabalha com o futebol, então sabemos que sempre haverá críticas, elogios. Nos últimos jogos nossa equipe vem tomando muitos gols, mas a gente tem que continuar trabalhando porque mesmo com esse número elevado a gente tá conseguindo competir pelo título. Mas temos de diminuir o número de gols sofridos para melhorar na competição”.
Com a vitória do São Paulo ontem realmente ficou difícil a luta pelo título. Mas essas duas próximas rodadas serão fundamentais para o Atlético. O time precisa cumprir seu papel no sábado, depende do Corinthians e ainda terá a missão de vencer lá no Morumbi. Esses números são repassados para vocês?
“Sim, sim, a gente sempre acompanha esses jogos. Nós sabemos que o São Paulo tem um clássico fora de casa, contra o Corinthians. Nós temos um jogo tão difícil quanto, contra o Athlético, sabemos que jogar lá na Arena é difícil, o gramado faz com que a bola corra mais rápido. Mas pode nos ajudar também, temos uma equipe leve, que gosta de sair jogando rápido. Então, cabe a nós fazermos um bom jogo contra o Paranaense para, consequentemente, pensar nesse jogo do São Paulo. Depois disso, a gente vai ter uma noção de como ficou esse distanciamento”.
Aproveitando esse assunto dos jogos do Atlético fora de casa, o clube não tem um bom como retrospecto como visitante. O que vem acontecendo com o time, já que dentro de casa tem jogado bem mesmo sem torcida?
“É, realmente nossos números no Mineirão são bons, mas a gente ainda pode melhorar. E fora de casa a gente precisa pontuar mais, e nada melhor do que poder buscar esses pontos contra o Paranaense e contra o São Paulo”.
Como fica a cabeça de vocês jogadores com tendo de reduzir essa desvantagem de pontos e com a pressão da torcida que almeja tanto esse título. De certa forma, você e o Sampaoli estão vivendo o mesmo filme do ano passado (um adversário distanciando)?
“Como você falou, a cobrança pelo título no Atlético sempre vai ser grande, pela sua torcida, pela sua estrutura. Hoje, a equipe do São Paulo abriu 7 pontos, mas a gente sabe que o segundo turno do Brasileirão. é sempre mais difícil. Todos os times tem seus interesses na competição. Então, cabe nós trabalhar para reduzir essa desvantagem e espero que na reta final de campeonato ainda tenhamos chances de título”.
O Sampaoli foi denunciado no STJD, vai ser julgado na terça. Como é a influência dele ali do lado de fora do campo, seria uma perda grande?
“Como todos vocês acompanham, o Sampaoli é um cara muito ativo, pilhado, muito participativo, não só nos jogos, mas também nos treinos. Mas ele também tem uma comissão técnica altamente qualificada, o professor Jorge Dérsio está sempre presente na ausência do Sampaoli e realiza um bom trabalho”.
A gente sabe que uma das exigências é que o jogo do Atlético comece por você, com os pés e que o toque de bola seja cada vez mais refinado. Em alguns momentos o time pecou nesse quesito e esses erros resultaram em gols sofridos, talvez o exemplo mais recente seja contra o Internacional. É um aspecto que vocês estão buscando melhorar? O Sampaoli continua cobrando isso do grupo?
“Todos conhecem o Sampaoli, a gente conhece o estilo de jogo, a metodologia de trabalho. A gente sempre tem que sair com a posse de bola, para que a bola chegue no meio-campo e no ataque em condições de finalizar. Isso é uma característica do Sampaoli, a gente vem fazendo isso a vários jogos. Me recordo que o primeiro gol contra o Flamengo, saiu de um tiro de meta. Me lembro de outros jogos em que a gente conseguiu sair da pressão, mas finalizou pra fora. O saldo ainda é positivo, saímos jogando várias vezes e conseguimos finalizar na meta adversária”.
Você já falou sobre o jogo ser mais rápido na Arena da Baixada. Fala para os torcedores quais são as diferenças desse tipo de gramado em relação aos outros, especialmente para os goleiros?
“São só 2 casos, tem o do Palmeiras agora, muito recente, e o do Athlético Paranaense, mesmo assim são campos diferentes. O do Athlético por não ter a borracha acaba sendo mais rápido. Ele tem uma espécie de uma casca de cocô mais marrom e eles molham muito o gramado. Então ali fica muito mais rápido, não só para o goleiro, mas para os jogadores de linha também. Para os goleiros o mais difícil são as finalizações de fora quando a bola vem quicando, ela acaba vindo mais rápido”.
Pelo que a gente tem acompanhado você não teve nenhuma falha gritante nos gols. Mas pelas derrotas e pelos maus resultados, a defesa é muito criticada e existe uma pressão grande por parte da torcida para colocar o Rafael. Nos treinos percebo que vocês três são muito unidos, como você lida com essa cobrança da torcida e de parte da imprensa em relação a sua permanência na meta?
“Aqui tem grandes goleiros. No futebol a gente é sempre muito cobrado, mas cabe a gente trabalhar no dia-a-dia. Como você frisou muito bem, eu, o Victor e o Rafael temos uma amizade muito forte e um ajuda o outro. Nos jogos que fiz não tive nenhuma falha, nenhum lance comprometedor, seja com as mãos ou com os pés. Se diminuir o número de gols, as críticas certamente vão diminuir”.