Bastidores: O quebra-cabeças da política interna do Atlético
Foto: Flickr oficial do Atlético
Hugo Fralodeo e Betinho Marques
30/10/2020 – 10h10
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Depois do recebimento de alguns documentos vazados, do relatório da empresa de auditoria Krol, que circularam pelas redes sociais, o Fala Galo decidiu, responsavelmente, por não os publicar, além de ir atrás de mais informações com alguns dos citados, e ontem pela noite, em Live do FG sobre o momento político do Atlético várias questões importantes foram abordadas.
O primeiro envolvido em citações do “documento” vazado, Alexandre Kalil, foi procurado pelo FG e sua assessoria disse que no seu tempo na presidência do Atlético, o mandatário usou um meio de comunicação do clube, para comprar, na mesma agência que o clube utiliza há anos, passagens, que custeou com dinheiro do seu bolso. “É uma situação eleitoreira, para desestabilizar a eleição, inclusive com coisas pessoais do prefeito. O prefeito Alexandre Kalil sempre comprou passagens com seu dinheiro e usava a agência Unitour desde a época de seu pai (Elias Kalil), há mais tempo do que foi levantado” .
Os documentos vazados levantam várias questões, mas não comprovam, por ora, irregularidades dos citados e não são conclusivos, são apenas sugestivos e buscam respostas para um documento final. Caso os documentos comprovem irregularidades em sua fase final, os responsáveis deverão responder pelos fatos.
Vice-presidente, Dr. Lásaro Cândido da Cunha, também citado, foi claro com o Fala Galo: “Trabalhei no Atlético por 1 ano e 7 meses como pessoa física e depois como pessoa jurídica, fui remunerado nesse período e nunca deixei de falar isso. Estive licenciado no período de aprovação do estádio, em 2017, e voltei a ser conselheiro, a partir de então, deixando de ser remunerado. Todos os meus contratos têm nota fiscal e tenho tudo, era só me pedir. A partir de amanhã, vou imputar a Kroll judicialmente, se eu achar válido, pois citaram coisas pessoais em relação ao meu trabalho, não me consultaram e não me deram direito de entregar todos os documentos que tenho e isso sim me machucou” .
AS ELEIÇÕES
O momento conturbado da política interna do clube, misturado à política da cidade de Belo Horizonte, movimentam os bastidores do Galo nos últimos dias.Apesar do ano atípico, este ano é eleitoral no Atlético e a data do pleito está mantida na primeira quinzena de dezembro e as chapas precisam ser registradas até o dia 30 de novembro.
A relação do prefeito, que tem um grande poder político no Atlético e a relação com os investidores, por mais que conturbada em alguns momentos, reúne quase uma unidade no Galo: dentro desse ambiente, entre as pessoas que acreditam no projeto de sucesso e querem caminhar no clube, o nome do atual mandatário, Sérgio Sette Câmara, por vários motivos não é o de desejo para o próximo triênio.
Sette não seria o nome que planejam para um período de crescimento da marca, aglutinação, diálogo e de mais serenidade para o clube. Pelo quebra-cabeça que se monta, através de várias personalidades ligadas à vida do Atlético, muito se investiu para criar mais transparência, para fazer o estádio, contratando as auditorias, criando mecanismos de transparência e para que o clube possa dialogar mais com o seu torcedor e, muitos consideram que Sette Câmara não seria o nome ideal. O Atlético precisaria de alguém constante, uma pessoa mais polida e preparada emocionalmente para tratar o Atlético num novo período de crescimento e glórias, além de manter a paz e a estabilidade no clube. Não há nada fechado, mas o caminho desenhado com grande probabilidade é que um novo presidente esteja na cadeira de comandante do clube em janeiro de 2021.
Rubens Menin, principal investidor e cabeça centrada do projeto, quer unidade e vai “brigar” até o último momento pela chapa única. Um nome que ganha força para o comando trienal do Atlético é de Sérgio Coelho, dono de uma revendedora de veículos, que neste momento, teria uma boa aceitação entre os envolvidos pela tomada de decisão. A composição da chapa também é difícil, o nome para a presidência estaria já mais claro, sendo mais forte o de Sérgio Coelho, mas o vice ainda não está definido. Ventilam-se nomes. Um deles, Iran Barbosa, ex- deputado estadual, falou com o Fala Galo e se disse pronto, no caso de um possível convite para uma hipotética composição de chapa, contudo, nada se confirma sobre seu nome. Há neste momento, uma dificuldade de definição das lideranças para as cadeiras principais do Atlético. Diante de uma hipotética situação catastrófica, de não ter um líder de consenso para o projeto não ser atrapalhado, em última instância, Rubens Menin, poderia fazer parte de uma composição. Entretanto, nem de longe, ele deseja que isso seja necessário e quer continuar apoiando o Atlético da mesma forma que faz há anos. Neste contexto, apesar da grande força influente no Atlético, a única preocupação de Alexandre Kalil, é ser reeleito como prefeito de Belo Horizonte. Pelo apurado, seu foco é na eleição municipal e não atrapalharia ou criaria qualquer resistência ao pleito do Atlético, mas desejaria que não fosse Sette Câmara.
Tão importante quanto o líder, é ter um conselho forte o suficiente para bancarem o projeto que promova as mudanças necessárias, para que se faça uma administração responsável e que essas mudanças, como a remodelagem do estatuto sejam possibilitadas e protegidas, para que todo o plano e tudo que for construído não seja destruído.