Foto: Pedro Souza
Por: Hugo Fralodeo, do Fala Galo, em Belo Horizonte
Apresentado no início da tarde desta segunda-feira (7) na Cidade do Galo, o volante Otávio recebeu a camisa 5 das mãos de Rodrigo Caetano, falou sobre a felicidade em assinar com o Atlético, seus objetivos pessoais no clube e garantiu que chega para ajudar a manter o Atlético conquistando títulos. Confira os principais trechos da entrevista coletiva do novo volante do Galo:
O RETORNO AO BRASIL E A ESCOLHA PELO ATLÉTICO
Após passar 5 anos na França, Otávio foi sincero ao dizer que não esperava retornar ao Brasil a este ponto da carreira, destacou os motivos que o levaram a não dar o salto que esperava e revelou o que o fez escolher voltar e jogar no Atlético:
“Quando sai daqui do Brasil para jogar na Europa, eu tinha objetivos e falei que queria jogar em um grande clube, um projeto que o Bordeaux me ofereceu, que era de dar um up na Europa, fazer uma boa temporada e depois conquistar equipes de cenários maiores, disputar as ligas europeias e conquistar títulos. Infelizmente o planejamento não foi como tínhamos esperado, houveram muitas mudanças. Em três anos tive três presidentes, três comissões técnicas e diretores esportivos. Isso, consequentemente, abala o trabalho que vem se desempenhando dentro do clube, dos atletas. […] Eu não tinha o pensamento de voltar ao Brasil com 27 anos de idade, mas tive propostas de outros clubes para continuar na Europa, só que no meio de tabela e isso, para mim, para meus objetivos pessoais, iria dificultar um pouco. Quando surgiu a possibilidade do Atlético, falei para meus empresários que eu voltaria sim, porque era um clube campeão.”
A DIFERENÇA ENTRE O FUTEBOL BRASILEIRO E O EUROPEU
Perguntado sobre a diferença entre atuar na França e no Brasil, Otávio falou sobre a intensidade e o número de jogos:
“Quando sai para a Europa, eu senti muito a diferença em termos de intensidade. A intensidade na Europa é muito grande e tive um período de adaptação, por conta da força física. Acompanhei alguns jogos aqui do Brasileiro, a gente fala muito de calendário, porque são muitos jogos, um jogo atrás do outro, e você tem pouco tempo para treinar. Mas quando você tem uma equipe que tem um plantel qualificado, você pode fazer esse rodízio e continuar colocando intensidade em todos os jogos, tanto é que o Atlético, com esse elenco que tem, conquistou e liderou de ponta a ponta o campeonato e pôde sobrar em todas as competições. Esse ano a gente tem o objetivo de continuar sobrando e impondo o ritmo em todas as partidas.”
EVOLUÇÃO COMO ATLETA NA EUROPA
Com essa experiência no velho continente, Otávio falou sobre sua evolução como atleta neste período:
“Evolui muito como um atleta disciplinado, com organização tática, que sabe o momento certo de subir e de segurar lá atrás, que tem que se comportar de maneira defensiva ou ofensiva quando é preciso. Hoje em dia não tem mais aquele volante que você diz: ‘Esse é primeiro volante, vai jogar só de primeiro. Ah, agora ele é segundo, vai jogar só de segundo’, é um meio-campo. O meio-campo tem que sair, marcar, tem que pegar, dar um suporte defensivo, dar um suporte ofensivo também, então (o Otávio) é um atleta que vejo que evoluiu em todas as áreas.”
LESÃO GRAVE
No início de 2021, Otávio sofreu uma grave lesão no tendão de Aquiles, passou por uma cirurgia e perdeu o resto da temporada do Bordeaux. O volante comentou sobre as dificuldades do período e a rápida recuperação:
“Foi uma lesão (quando) a gente estava no meio da temporada 20/21. Eu vinha fazendo uma bela temporada e infelizmente tive a lesão, que é considerada gravíssima dentro do futebol e me deram um período de 8 a 9 meses para voltar a atuar. Graças a Deus, pude ter uma excelente reabilitação, já voltei no início da temporada seguinte (21/21), pude atuar todo o primeiro turno fazendo todos os jogos. Evoluí muita coisa dentro desse período que fiquei lesionado, porque você começa a analisar coisas que aconteceram antes, começa a planejar coisas depois da sua lesão, para que você tente corrigir algo que foi (feito) de errado dentro desse período que você passou a se machucar. Eu não sentia nada, foi uma lesão que aconteceu de forma muito rápida, não tinha nada que eu pudesse eu feito para evitar. Foi um momento muito difícil para mim, porque o atleta quer estar sempre nos gramados. Voltei super bem, fui elogiado por todos da comissão, porque se surpreenderam com o período curto para me recuperar e voltar a atuar.”
A CONCORRÊNCIA NA ‘VOLANCIA’
Chegando para um setor recheado, que conta com jogadores citados entre os melhores do país, Otávio falou sobre a competição por uma vaga, elogiando Jair e Allan, quem mais atuaram em sua função no último ano:
“Você quando entra em uma equipe campeã, a competitividade vai existir. Você não vai entrar em uma equipe campeã com atletas de nível baixo, você vai ter sempre a concorrência. O Jair e o Allan são atletas de altíssima qualidade, que já têm o seu espaço dentro do clube, já apresentaram, merecem todo o respeito e carinho que têm, mas eu não estou chegando para roubar espaço de ninguém , nem para competir. A competição existe, porque dentro do futebol, todo mundo quer jogar. Mas com certeza eu estou aqui mais para ajudar, conquistar o meu espaço, do que tirar o espaço de qualquer outro atleta. Tenho meus objetivos pessoais e coletivos para poder ajudar o Atlético a continuar conquistando títulos, o que é o nosso maior objetivo.”
PEGA A CAMISA E JOGA?
Já registrado no BID (Boletim Informativo Diário) e liberado para atuar, o volante disse quando poderá atuar:
“Fisicamente eu estou bem, sim. Joguei o último jogo do primeiro turno (da Ligue 1), que foi agora antes do Natal, em dezembro, tive uma semaninha (de folga), depois peguei COVID-19 e fiquei mais 5 dias parado, mas depois já voltei às atividades com a equipe. Não pude atuar após saírem às informações que eu já tinha assinado um pré-contato – o presidente, que queria que eu renovasse, ficou muito chateado comigo -, mas eu continuei em atividade. Preciso de um tempinho para conhecer o grupo. O futebol não é só físico, você precisa conhecer o grupo, conhecer o dia a dia, seus companheiros, para que você não entre de qualquer maneira em campo, porque quando você entra lá dentro, você é cobrado. Então eu preciso, falei para o professor que vou estar sim, nesta semana, apto a jogar, com certeza vai ser uma opção do técnico quando ele vai me utilizar ou não, mas essa semaninha, eu pedi para que pudesse trabalhar, me integrar melhor ao grupo, conhecer melhor os atletas, para que quando eu estivesse dentro de campo, eu poder apresentar o melhor futebol e ajudar o Atlético da melhor maneira possível.”
Otávio chegou em empréstimo válido até o final de junho, quando se encerra seu contrato com o Girondins de Bordeaux e assina vínculo definitivo de 4 anos com o Atlético.