Velho conhecido e pedra no sapato, conheça o Cerro, próximo adversário na Libertadores

Foto: Cerro

 

Por: Hugo Fralodeo

Depois da primeira vitória na Libertadores 2021, o Galo embalou na temporada e encaminhou a vaga na final do campeonato mineiro no último sábado, agora os comandados de Cuca vão em busca de mais um objetivo, vencer a segunda partida na competição continental e já se aproximar da classificação às oitavas. Na noite desta terça, mais um reencontro, o Galo mede forças com um velho conhecido e desafia um tabu indigesto. Também em viés de alta na temporada, o Cerro Porteño, clube dos mais tradicionais do Paraguai e também das Américas, traz sua história, o histórico contra o Atlético e a invencibilidade em solo mineiro.

Um dos maiores clubes do Paraguai, o Ciclón, como é conhecido, é um clube centenário e o segundo maior campeão paraguaio. Acostumado as conquistas domésticas, são 33 no total, é um dos dominantes locais do amadorismo até os dias de hoje, entretanto, ainda não conseguiu trazer sua força para o nível continental. Apesar de ser o 4º clube em participações na Libertadores e ter algumas boas campanhas, indo a 6 semifinais, nunca disputou uma decisão e ainda não alcançou a glória eterna do continente. E é na Libertadores que a história de Atlético e Cerro se misturam.

Acostumado a enfrentar os paraguaios, é campeão contra o maior rival do Cerro, o Olímpia, o Galo enfrentou 16 vezes os times do país vizinho na Libertadores. Fora os brasileiros, os clubes do Paraguai são os que mais encontraram o Atlético na competição internacional. Além disso, foi contra o Cerro o primeiro jogo oficial do Atlético contra um clube estrangeiro. Em 72, Atlético e Cerro empatavam por 1×1 no Mineirão e davam início a um tabu ao longo de todos esses anos. Entre Atlético e Cerro, são 6 confrontos, todos pela Libertadores e, nesta noite, o ciclón entra mais uma vez na história do Galo, quando a bola rolar, o Cerro passará a ser o time internacional que o Atlético enfrentou mais vezes na Libertadores, marca que será ampliada para 8 jogos, quando os times voltarem a se enfrentar no Paraguai. O retrospecto é amplamente desfavorável para o Galo, que nunca derrotou o Cerro no Mineirão. São 3 duelos, o empate em 72, nova igualdade em 81, desta vez por 2×2 e a derrota por 1×0 em 2019, que complicou o Atlético, que ainda foi goleado em la Nueva Olla, partida que marcou o fim da última passagem de Levir Culpi no comando técnico, e acabou eliminado na fase de grupos na ocasião. A única vitória Atleticana foi em 72 no Paraguai, quando o Galo venceu por 1×0.

Querendo quebrar o tabu e chutar a pedra no sapato para longe, o Atlético vai receber um Cerro que também vem animado. No fim de semana, o time dirigido pelo conhecido dos brasileiros Chiqui Arce, ex lateral-direito de Palmeiras e Grêmio, que tenta repetir o sucesso dos tempos de jogador também na área técnica, venceu o maior clássico do Paraguai, contra o Olímpia por 2×0 e igualou em postos o próprio Olímpia e o Libertad, que lidera o campeonato paraguaio com um jogo a menos. Dentro de campo, Arce aposta na força de seu coletivo e na sua defesa sólida, que levou 16 gols nos 16 jogos disputado no ano, sobretudo pelo seu seguro miolo de zaga e a proteção da defesa com Cardozo e Villasanti, considerada a melhor dupla da função no país. Ter uma defesa sólida não significa dizer que Arce arma uma equipe defensiva, pois se apoia muito na qualidade de Aquino, que também já passou pelo Brasil, atuou no Fluminense, sem muito brilho, em 2016, jogador que é a principal fonte criativa do Cerro, e usa muito os lados, principalmente com o avanço dos laterais, no costumeiro 4-4-2 que Chiqui manda a campo. Com dificuldades para marcar gols na temporada, são 23 até aqui, conta no banco com Boselli, que foi campeão em 2009 pelo Estudiantes e também passou recentemente pelo Brasil, defendendo o Corinthians, que anda fazendo seus golzinhos no Paraguai. Mais uma figurinha conhecida será Jean, goleiro com passagens por São Paulo e Atlético-GO, que está emprestado no time paraguaio e joga apenas as partidas da Libertadores, pois chegou após o período de inscrições do campeonato paraguaio.

Club Cerro Porteño – Assunção, Paraguai
Estádio: La Nueva Olla (General Pablo Rojas).
Treinador: Francisco Arce.
Principal jogador: Claudio Aquino – Meia-atacante argentino.

Detentor de 33 títulos paraguaios, o último conquistado em 2020, defende a condição de campeão no apertura deste ano, ocupa a 3ª colocação, empatado em pontos com os líderes, com um jogo a mais. Em sua 41ª participação na Libertadores, é o 4º clube que mais disputou a competição, mas não possui nenhum título.

Em 2021: 16 jogos – 9 vitórias – 3 empates – 4 derrotas – 23 gols marcados – 16 gols sofridos
Time base: Jean; Alberto Espínola, Juan Patiño, Alexis Duarte e Santiago Arzamendia; Enzo Giménez, Mathías Villasanti, Ángel Cardozo e Federico Carrizo; Claudio Aquino e Robert Morales.