Stéfano Bruno
Do Fala Galo
12/12/2019 – 12h42
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O Atlético e o atleticano encerraram o ano feliz, comemorando e se divertindo nas redes sociais. Não pelos seus feitos, mas pelo rebaixamento do Cruzeiro para a segunda divisão do Campeonato Brasileiro.
É uma comemoração devida, no entanto, se voltarmos a atenção para alguns números do nosso clube, não há motivos para festejar. O Atlético encerrou o ano de 2019 com 76 jogos, 36 vitórias, 15 empates e 25 derrotas. Foram 106 gols marcados e 82 sofridos. Um aproveitamento de 53,9%.
O que chama a atenção? Em primeiro lugar, o número de derrotas do Atlético na temporada. A última vez que o time alvinegro saiu derrotado 25 ou mais vezes no mesmo ano foi em 2005, ano em que foi rebaixado para a segunda divisão do Campeonato Brasileiro. Considerando desde 1970, o Atlético teve 25 ou mais derrotas no mesmo ano em apenas três ocasiões: 2000 (25 em 78 jogos), 2005 (27 em 62 jogos) e 2019 (25 em 76 jogos).
O Atlético não tinha mais de 19 derrotas no ano desde 2011, quando saiu derrotado em 24 dos 59 jogos que entrou em campo. Para ter uma ideia, no Campeonato Brasileiro que se encerrou no último final de semana, o time alvinegro teve o mesmo número de derrotas do rebaixado Cruzeiro.
Outro ponto que chama a atenção já vem sendo recorrente das últimas temporadas: o números de gols sofridos. No Brasileirão deste ano o Atlético sofreu 49 gols. O clube encerrou a competição não sendo mais vazado somente que Goiás (64), Avaí (62), CSA (58) e Chapecoense (52).
Levando em consideração toda a temporada, se ranquearmos todos os anos do Atlético desde 1970, chegaremos a um dado bastante mediano. A média de 1,08 gol sofrido por jogo do time alvinegro é a 31ª melhor marca neste período. Algo que serve de alarde e precisa ser evoluído no time nos próximos anos. Para ter uma ideia, Botafogo e Cruzeiro encerraram o ano com uma média inferior a um gol sofrido por partida.
Quanto ao número de gols marcados, nas últimas 30 temporadas somente em oito o Atlético não fez mais de 100 gols. Contudo, a média de 1,39 gol por jogo é preocupante, uma vez que é a terceira pior desde 1970. Esta marca é superior somente a de 1992 (1,36) e 1993 (1,13).
Público e renda:
Entre camisas de protesto contra o presidente Sérgio Sette Câmara e o apoio ao time quando a situação pareceu mais complicada, o atleticano mais uma vez foi o grande destaque do Atlético na temporada. A média de 22.416 pagantes por jogo foi a 11ª melhor desde 1970.
Esta marca, inclusive, superou a de boas temporadas como a de 2015 (21.599 pagantes por jogo), quando o Atlético foi vice-campeão brasileiro, a de 2001 (21.543), que teve o Galo eliminado para o São Caetano na semifinal do Campeonato Brasileiro, e a de 2016 (20.983), ano em que o clube foi finalista da Copa do Brasil. A média de 40.525 pagantes que o Atlético obteve em 1977 segue imbatível.
Se o assunto for público total, a marca obtida em 2019 é ainda melhor. Em 2019 o Atlético levou 874.241 torcedores aos estádios (no plural, devido o fato de o clube atuar no Independência e no Mineirão), sendo esta marca a quarta melhor desde 1970.
Em 2019 o Atlético só levou menos torcedores que nos anos de 1980 (910.320), 2009 (999.608) e 1977 (1.053.658).
Quanto a arrecadação, como o real começou a circular no Brasil no dia 1º de junho de 1994, consideramos a arrecadação total de bilheteria a partir da temporada de 1995.
Em 2019 o Atlético arrecadou R$ 17,9 milhões em bilheteria, sendo esta a quinta melhor marca desde 1995. Apesar do bom número, este valor é praticamente a metade da receita obtida pelo clube em 2013: R$ 34,1 milhões.
É válido ressaltar que no orçamento para 2019, aprovado no fim de novembro do ano passado, o Atlético estipulou arrecadar R$ 43,4 milhões com receitas de competições, bilheteria e o programa de sócio-torcedor.