Torcer por amor, e o amor nunca morre!
Angélica Sheila
Do Fala Galo
16/12/2019 – 13h25
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O futebol é mais que simplesmente um esporte, é algo que faz parte da rotina de muitas pessoas e tem ligação diretamente com a história de vida. Um torcedor apaixonado faz com que sua vivência seja lembrada pelo time pelo qual torce. Se você já foi chamado de “o (a) atleticano (a)”, você sabe muito bem do que estou falando, já que seu nome se torna o que você representa.
Como torcedora atleticana, conheço muito bem como funciona esse mundo de apaixonados por futebol. Nos sentimos importantes quando alguém nos pergunta sobre nosso time, nos chamam de atleticana, etc. O certo é que só somos completos e completas se estivermos em dia com o nosso time.
Tenho certeza de que muitas pessoas se identificarão com essas palavras, ou lembrarão de alguém. E isso tudo, essa paixão, na maioria das vezes começa pela referência que temos, quando admiramos tal pessoa e queremos ser ou chegar perto de ser como ela. Dois grandes exemplos de torcedoras símbolos são as vovós do Galo e do Cruzeiro, Dona Ana Cândida, de 99 anos e Dona Salomé, de 86 anos, que infelizmente deixou o plano terrestre nessa terça-feira (10), após passar mal no jogo que rebaixou o Cruzeiro para a série B do Brasileirão no domingo (8).
Não resistindo às complicações cardíacas, Dona Salomé faleceu, pode-se dizer que “viveu e morreu pelo Cruzeiro”. Grande torcedora que sempre acompanhava os jogos do futebol e vôlei com alegria, com certeza é exemplo de vida e de mulher torcedora para todas as mulheres amantes de futebol.
Dona Ana Cândida, que simpatia! Que força de mulher! Eu pude conhecê-la em um jogo no Independência em 2018, quando a vi não perdi tempo e pedi logo uma foto, prontamente fui atendida, olho para ela e penso: quero ser igual a vovó do Galo! Estar velhinha e com essa animação e força para acompanhar os jogos do Galo, que não é fácil, pois é um time que exala fortes emoções, tem que ter muita disposição.
Ah, Dona Ana, minha querida vovó, assim que eu a chamo, tenho certeza que a senhora é mais que uma torcedora na arquibancada, é parte do Galo, é mais uma estrela em nossa camisa. Peço a Deus que lhe dê saúde para acompanhar muitos jogos do Galão e vê-lo campeão mais vezes, Dona AtleticANA!
Falar de torcedoras como essas duas maravilhosas que citei é gratificante, honroso. Mulheres de arquibancada, que transcendem anos e anos, nas alegrias, nas tristezas, as verdadeiras torcedoras de futebol. Quando vejo cenas terríveis nesse âmbito vem a sensação de que está errado e não é para ser assim, nos sentimos envergonhados pelas cenas de “guerra e preconceitos”, mas ao presenciarmos as coisas bonitas, as pessoas de boa fé, como essas duas senhoras, nos sentimos orgulhosos em dizer: eu torço para esse time, essa tal pessoa torce para meu time.
Que um dia o futebol seja só visto assim: um esporte que tem “zoeira”, brincadeiras, disputas, momentos de alegria e tristeza, mas não tem guerra, pois não é uma guerra. Que as pessoas se vistam de Dona Salomé, Dona Ana e tantas outras e outros por aí, que representam a verdadeira essência de ser torcedor. Torcer por amor, e o amor nunca morre.
Por: Angélica Sheila Moreira