Efeito cascata invade a Cidade do Galo

 

 

Carol Castilho
28/02/2020 – 22h11
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FORA DA CURVA, essa é a expressão que vou usar para descrever o Clube Atlético Mineiro de 2020. Mas não considere isso um elogio. Porque é impressionante o tamanho da INCOMPETÊNCIA da atual diretoria para fazer alguma coisa certa. Existem situações que só acontecem com o Galo. Quer um exemplo? Eu nunca vi um presidente que não gosta de falar de futebol. Aliás, nunca vi um jogador que corre da bola, que corre do pênalti. E, na boa, qual o critério para contratar jogador no Clube Atlético Mineiro?

O jogo fatídico contra o Afogados foi na quarta-feira, mas, com o coração conformado e a cabeça fria, ainda tem alguns pontos que valem a pena serem discutidos. Vamos saber aqui como as ‘MULHERES DO GALO’ analisaram a partida e entender as principais polêmicas em torno dessa desclassificação na visão delas. Carla Meireles, Gabriela Silva e Sabrina Kalks são as participantes desta edição do ARQUIBANCADA FEMININA.

 

 

A torcedora Sabrina Kalks fez uma análise do 1° tempo: O treinador tentou repetir o esquema do segundo jogo da Sul-Americana, única partida do ano em que o time conseguiu um desempenho minimamente bom e foi mais organizado, mas dessa vez não funcionou. Jogo começou muito disputado no meio campo. O Afogados marcava em cima e não dava espaço para o Atlético. O Galo circulava a bola sem muita (ou quase nenhuma) criatividade. Sem poder de criação, o resultado foram jogadas que não levavam perigo e chance de gol em cima do adversário. O ataque limitadíssimo até tentou alguns chutes, mas em sua maioria sem direção. Na reta final o time começou a produzir pelo lado do campo, sobretudo com Arana, sempre livre do lado esquerdo, mas não encontrava ninguém que tivesse a destreza para finalizar. Sem esquema, em um campo péssimo, o Galo ainda conseguiu levar o empate para o segundo tempo.

MELHOR EM CAMPO: Guilherme Arana.

PIOR EM CAMPO: Franco Di Santo.

 

A torcedora Carla Meireles fez uma análise do 2° tempo: O Atlético iniciou o 2º tempo um pouco melhor do que foi na 1ª metade do jogo. Começou tomando as ações do jogo, tentando criar algo, mas faltou repertório ofensivo. O meio campo se manteve muito apagado, apesar das tentativas de Hyoran, que pouco apareceu. Jair e Allan, muito fixos, pouco apareceram no ataque. Guilherme Arana e Otero fizeram boas jogadas pela esquerda. Mesmo com um homem a mais, o Galo não conseguiu impor o seu jogo e colocar pressão no adversário. E, para piorar, levou gol com falhas de Arana e Maidana! O empate veio na bola na área. Isso é pouco demais para um time do tamanho do Atlético. Mais uma partida ruim.

Não concordo com Nathan no banco. O meio campo com ele foi o mais organizado na temporada. Foi quando mais criamos chances de gol. O jogador fez duas boas partidas e foi sacado para a entrada de Allan, que não faz essa função. Além disso, não entraria com o Maidana. Entraria com Nathan na vaga do 3º zagueiro. Time mais criativo para dominar as ações do jogo.

 

MELHOR EM CAMPO: Guilherme Arana (apesar da falha no 2º gol, criou a maior parte das jogadas ofensivas do Galo, além de duas bolas na trave).

PIORES EM CAMPO: Maidana esteve perdido em campo, não contribuiu para o esquema, fez faltas bobas e errou muito do que tentou. Di Santo já é clichê. Mais uma partida ruim de um jogador que não tem qualquer justificativa para ser escalado ainda.

 

ARQUIBANCADA FEMININA

A jornalista e produtora da ‘Rádio da Massa’ (90,3 FM), Gabriela Silva, analisa a passagem do técnico Rafael Dudamel e do diretor de futebol Rui Costa pelo Atlético.

RAFAEL DUDAMEL: É um técnico que veio badalado, foi recebido no aeroporto pela torcida, bem recepcionado, questionado por grande parte da torcida por ser estrangeiro e ter treinado a seleção da Venezuela, seleção de pouca expressão. Foram 52 dias de trabalho no comando do Atlético, 10 jogos, 4 vitorias, 4 empates e 2 derrotas, com um aproveitamento de 53,6 % e duas eliminações em menos de uma semana, em competições que o Atlético tinha condições para ganhar.

Na minha visão, Dudamel pouco rendeu ao Atlético. Não apresentou um esquema de jogo e os atletas estavam insatisfeitos com a postura do treinador, que quis implantar uma cultura diferente na concentração. Falta de diálogo da sua comissão com os jogadores, ou seja, não tinha o plantel do seu lado.

RUI COSTA: Esperava mais do seu trabalho. Veio com uma postura diferente, com a promessa de mudar e melhorar a mecânica de trabalho no Atlético e reformular a base (o que começou a ser feito), mas foi falho nas contratações.

 

CAROL CASTILHO: A culpa é de quem da eliminação da Copa do Brasil 2020?

SABRINA KALKS: Este jogo trouxe um peso maior do que de uma eliminação. Grandes zebras acontecem no futebol. Faz parte. Mas anos seguidos colecionando derrotas e vexames como este ultrapassa a barreira do ridículo. É para parar e refletir. Independente dos jogadores e técnicos que passaram por aqui, a história se repete: 7 eliminações e nenhum título. É um desrespeito à história do clube. É ainda mais preocupante se pararmos para pensar no reflexo desses acontecimentos. Compromete todo o orçamento para 2020 a perda de premiações importantes mais uma leva de multas com demissões. A diretoria que se pauta na austeridade é a que mais compromete a saúde financeira do clube com tamanha irresponsabilidade. Fica difícil isentar qualquer parte de culpa neste momento. Mas uma coisa é certa: uma diretoria que não gosta e não entende de futebol é o principal fator que nos leva a humilhações como esta.

 

CAROL CASTILHO: O que deu errado nessa “DECISÃO” contra o Afogados de Ingazera?

CARLA MEIRELES: Os erros vêm desde o início da temporada com um planejamento PÉSSIMO de uma diretoria extremamente lenta nas contratações. Estamos praticamente em março e o elenco não está fechado. Isso prejudica o trabalho. Principalmente de um técnico que veio como aposta, que não conhece o futebol brasileiro e os jogadores que vai treinar. Incompetência de quem gere o clube. O Atlético mais uma vez entrou acomodado, jogando com a camisa. Time desorganizado, sem padrão de jogo, confuso. Jogadores deslocados de suas posições e que não vêm rendendo. Insistência do técnico com peças que não agregam nada. Tudo isso contribuiu para esse VEXAME.

Quero agradecer a colaboração das torcedoras: Carla Meireles, Gabriele Silva e Sabrina Kalks. Muito obrigada pelo tempo reservado e por suas análises.