Réver: O Capitão América Alvinegro

 

 

Joyce Oliveira
Do Fala Galo
12/12/2019 – 13h15
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Réver Humberto Alves Araújo, o Réver, tem 34 anos e está em sua segunda passagem pelo Atlético. Foi revelado no Paulista, em 2004, e se destacou no Grêmio, em 2008. Quando chegou ao time mineiro, em 2010, não imaginava que gravaria seu nome nas páginas mais heroicas da sua história. O zagueiro artilheiro do Brasileirão já afirmou em muitas entrevistas que o Galo foi um divisor de águas em sua carreira.

Réver chegou ao Atlético em julho de 2010, depois de muito esforço da diretoria para trazê-lo do Wolfsburg, da Alemanha. O zagueirão de 1.92m chegou como um grande reforço para o elenco, e já em outubro fez seu primeiro gol vestindo o manto alvinegro.  Talento e dedicação garantiram a ele o posto de segundo melhor zagueiro do Brasil naquele ano.

Liderança, comprometimento e profissionalismo foram algumas de suas muitas qualidades que o fizeram Capitão da equipe. Em 2011, o defensor chegou a fazer cinco gols, um deles no fatídico 6×1, único gol feito pelo Atlético na partida contra o rival. Mesmo com os altos e baixos que o clube passou nessa temporada, Réver se sagrou o melhor zagueiro do Brasileirão e ganhou os troféus Guará e Telê Santana. Uma verdadeira máquina!

No início de 2012 a torcida ainda vaiava o grupo pela goleada sofrida. O jogador chegou a relatar algumas vezes  que cogitou em sair do clube por isso. Mas ergueu a cabeça e com apoio da família, o bom clima nos bastidores e a vontade de dar seguimento ao bom trabalho conseguiu tomar uma decisão. Ele ficou! A parceria com Leonardo Silva, com quem dividia a zaga e a braçadeira de capitão, rendeu bons frutos, deixando a dupla conhecida por todo o Brasil como As Torres Gêmeas. A altura igual dos dois e o excelente entrosamento eram elementos de uma das melhores zagas do país e foram peças fundamentais para terminarem o ano na vice liderança do Brasileirão. Não passava nada! Além de uma defesa de respeito, os dois juntos fizeram 12 gols naquele ano, mas isso é assunto para outras histórias… Como tudo já indicava, Réver ganhou a Bola de Prata da revista Placar, o Troféu Craque do Brasileirão, e a participação na Seleção do Brasileirão.

É impossível negar que o auge da carreira do craque começou desde a sua chegada  no Galão da Massa.

Foto: Bruno Cantini
CAIU NO HORTO TÁ MORTO!

Em 2013 não foi diferente, mais uma vez a estrela de Réver brilhou. Em busca do título inédito da Libertadores, em uma noite de show da torcida atleticana, o atleta marcou o gol, contra o Tijuana-MEX, que classificou o time para a final. E na presença de mais de 60 mil torcedores, o Capitão ergueu a Taça de Campeão da América, no meio do Gigante da Pampulha, palco dessa e de muitas outras conquistas de um gigante: o Galo. A Libertadores foi seu principal título nessa trajetória vitoriosa. Steve Rogers que nada, o  Capitão da América tinha outro nome, endereço e um escudo ainda mais poderoso: Réver Humberto, do Clube Atlético Mineiro, defensor do escudo preto e branco, amado por milhões e milhões de pessoas.

Em 2014 o zagueiro levantou sua segunda taça, a de campeão da Copa do Brasil, outra conquista inédita na história do clube. Apesar de algumas lesões terem o afastado de alguns jogos ao longo da competição, seu espírito de liderança continuou de grande importância para a união e foco de todo o elenco. Para adoçar mais a boa fase,  alcançou outra marca ao fazer seu vigésimo segundo gol, ultrapassou Luizinho, que até então era o zagueiro artilheiro, com vinte e um gols.

Ciclos precisam ser encerrados para que novos possam começar, e não foi diferente com o Capitão do Galo. Em 2015, o paulista foi vendido ao Internacional, e em 2016 emprestado ao Flamengo. Em ambas as instituições ele continuou a levantar canecos e receber premiações, seu trabalho era reconhecido por onde quer que jogasse.

Réver nunca escondeu a gratidão e a admiração que ele carrega pelo Galo, e a torcida alvinegra soube retribuir isso muito bem. Em um clássico no Mineirão, entre Atlético e Flamengo, maior rival do Galo fora de Minas Gerais, o zagueiro, que na época defendia o clube carioca, foi aplaudido e ovacionado pela torcida atleticana ali presente. Em entrevista a TV GALO, ele explica que até então não tinha noção da dimensão do carinho que os torcedores tinham por ele, se sentiu muito emocionado e não soube expressar e retribuir naquele momento.

 

O BOM FILHO À CASA TORNA

Talvez o carinho expressado pelos atleticanos também tenha ajudado no retorno do Capitão. Ao saber do interesse do Atlético em tê-lo no elenco em 2019, Réver logo se animou:

“Não posso não aceitar. Como eu já disse, minha família é feliz aqui, eu sou feliz. Então tudo cooperou para o bem, para que eu pudesse voltar. Eu não tinha noção do carinho da torcida, e pude notar a admiração até mesmo dos funcionários”, afirmou o jogador em coletiva transmitida pela TV GALO.

No dia 27 de dezembro de 2018, seu retorno foi confirmado e muito bem recebido entre a torcida. Logo no dia 07 de janeiro foi apresentado. O zagueiro teve um papel muito importante, de novo, tomando a frente da liderança do grupo. Incentivando, cobrando e unindo os colegas de trabalho. Seu companheiro da vez foi Igor Rabello, com quem também fez uma ótima dupla na defesa. Também foi possível o retorno das Torres Gêmeas, com uma frequência menor, devido a chegada da aposentadoria de Léo.  Em junho deste ano, Réver atingiu a marca de 200 jogos pela equipe alvinegra  e recebeu homenagens tanto do clube quanto dos torcedores. Com contrato de duração até 2021, o defensor tem planos de em uma disputa tentar retomar a artilharia de zagueiros do clube, que Léo Silva alcançou em 2015. Independente do que o futuro tem reservado, uma coisa não se pode negar: Atlético e Réver, Réver e Atlético são o encaixe perfeito, feitos um para o outro.