Renova Galo: um movimento plural. Um desafio em preto e branco!

 

 

Max Pereira
Em Belo Horizonte
22/11/2019 – 04h

Parafraseando os mosqueteiros de Alexandre Dumas, ecoa no horizonte alvinegro um grito: TODOS PELO ATLÉTICO E O ATLÉTICO POR TODOS.

E esse grito tem um nome: RENOVA GALO.

Quem tem acompanhado a trajetória dessa coluna, tem observado que venho defendendo que o Atlético passe por uma transformação, melhor, uma revolução de métodos e conceitos quanto à sua governança e gestão do futebol.

Hoje, com a independência que caracteriza esse espaço, graças ao espírito democrático, plural e libertário, próprios do Fala Galo, escrevo também na condição de articulador do Renova Galo.

Mais que sensibilizados, incomodados mesmo com a história do Atlético recortada, dentre outros fatores, por crises intermináveis e recidivas. Pelas dívidas sempre crescentes, por gestões temerárias, pela desvalorização contínua da marca Atlético, pela fragilização política recorrente, por uma relação corrosiva e sempre desfavorável para o clube com os atores que compõem o sistema futebol e, em particular, com a sua própria torcida. Por temporadas jogadas fora e por campanhas irregulares, em especial em campeonatos de tiro longo como o Brasileirão, que resultaram até agora em 48 anos de jejum, um recorde negativo que machuca a alma atleticana. Por tudo isso, um grupo de galistas se encontrou e se reuniu, movidos por um ideal comum, a fim de buscar respostas para estas questões tormentosas.

 

À cada resposta encontrada, uma constatação se ratificava: o maior problema do Atlético é de gestão, de governança.

Aos longo dos anos o Atlético não se modernizou, tampouco repensou os métodos e concepções de gestão do clube, hoje obsoletos e ultrapassados em vários aspectos.

O Galo Forte Vingador se tornou um dos mais fechados e menos transparentes clubes do futebol brasileiro, talvez até o mais fechado.
Planejamento tornou-se peça de ficção e a descontinuidade passou a ser a tônica de comandos amadores.

É a partir da análise desse contexto que surge o Renova Galo, um movimento que além de buscar respostas vem propor soluções, caminhos e alternativas.
Uma das dificuldades de movimentos como o Renova Galo é sensibilizar o torcedor que vê com preconceito movimentos dessa natureza.

Muitos dizem que, se o Renova Galo for um movimento político, querem distância dele. Quem pensa e reage assim não consegue perceber e entender o Renova Galo em sua essência, como um movimento cidadão, legítimo, sem dono e plural.
O homem cidadão é um animal político por excelência e o exercício político é um exercício de cidadania. E mais: não é possível transformar o que quer que seja sem uma ação política, sem um exercício de cidadania.

Esquecem também, ou fingem esquecer, que posições de isenção ou apolíticas, são também posicionamentos políticos ativos e definidos.
De outra forma, são também tomadas de posição com reflexos e consequências concretas em todo e qualquer processo político, na vida do clube do coração ou do próprio país, ou seja, dentro ou fora do futebol.

 

Movimentos cidadãos e políticos como o Renova Galo que propõem simplesmente, e não é pouco, discutir e projetar um novo Atlético a partir de uma revolução nos métodos e concepções de governança e gestão do clube são vistos, por isso, com maus olhos e até correm o risco de serem minados e não avançarem.
Toda a ação ou omissão de qualquer pessoa é sempre um ato político. Toda posição ou atitude manifestada e/ou adotada por alguém, ainda que seja de isenção ou de silêncio, também é um ato político puro e gera consequências.

Se você acha que o Renova Galo, por defender o que defende, um Atlético com gestão moderna, democrática, transparente e eficiente, não vai sofrer ataques e enfrentar resistências, você ainda não sacou o que significa, de fato, um movimento dessa natureza e desse porte.

Os ataques que o Renova Galo seguramente irá sofrer e as resistências que deverá enfrentar serão, obviamente, uma ação política natural e esperada daqueles que, por qualquer razão ou interesse, venham a se contrapor às ideias do movimento.
Toda ação gera uma reação; assim é a vida. E não é só isso, todo e qualquer movimento e todo e qualquer contra movimento, natural e inevitável, são ações políticas, exercícios políticos em si. Vale repetir sempre e à exaustão: o Renova Galo é um exercício de cidadania, legítimo e independente, que busca fazer o bom debate, manter e discutir as divergências apenas no campo das ideias.

Quem ler a carta de apresentação do Renova Galo e a sua proposta de um novo estatuto para o clube, perceberá claramente qual é o objetivo deste movimento e o que animou um grupo de torcedores a juntar esforços na elaboração desse projeto e a acreditar que é possível construir um Atlético forte, vencedor e campeão, plenamente apto para enfrentar os desafios e as demandas que o futebol de hoje impõe.

Da mesma forma que entende que nenhum torcedor é maior que a instituição, o Renova Galo professa a crença de que o Atlético é da torcida e que essa massa torcedora, em toda a sua multiplicidade étnica, social e cultural, é a razão de ser desse clube.

Por isso o Renova Galo só entende válido o movimento se as suas ideias e propostas forem debatidas à exaustão com todos os segmentos da torcida, independentemente de classe social, etnia, cor da pele, origem, religião, idade, sexo, orientação sexual, nível econômico, financeiro e de erudição.

Nesse sentido, não é segredo que o Renova Galo se inspirou no movimento que vem transformando o Esporte Clube Bahia, onde um dos principais pilares é trazer para vida do clube toda a sua massa torcedora, de forma efetivamente representativa e participativa, sem qualquer viés excludente e sem privilégios de qualquer natureza.

Assim como entende que o Atlético, para se tornar de uma vez por todas um dos protagonistas do futebol mundial, tem que ser um clube plural, o Renova Galo também nasceu com a marca da pluralidade.

Uma das bandeiras do Renova Galo, por exemplo, é a defesa do direito do sócio-torcedor, aquele que injeta dinheiro no clube e proporciona receita significativa, votar e ser votado e, obviamente, saber como e onde o seu dinheiro é utilizado. Hoje em dia, tudo isso é tabu no clube.

O discurso do Renova Galo, que defende uma gestão democrática, transparente, participativa e moderna, se ratifica na prática com a abertura do movimento a todo atleticano que além de também sonhar com esse novo Atlético, se propõe a somar esforços para tornar esse sonho realidade.

Nesse sentido, o Renova Galo convida a todos os segmentos da torcida, desde o presidente atual, passando por sua diretoria, conselheiros, sócios-torcedores, sócios dos clubes de lazer, torcidas organizadas e até o torcedor comum a caminhar juntos nesta construção de um novo Atlético.
Como já observado, o amplo e livre debate, com absoluto respeito ao contraditório, é fundamental ao sucesso dessa empreitada.
Ainda se faz necessário frisar que o Renova Galo não é um movimento contra A ou B, nem de caça às bruxas, e sim um movimento propositivo, de construção.

 

Não é novidade para quem tem acompanhado o PRETO NO BRANCO, que tenho procurado, em meus artigos aqui no Fala Galo, produzir ensaios temáticos que reportem à relação do Atlético com o universo do futebol partindo de dois ângulos. O primeiro, olhando o clube para dentro, o segundo olhando do clube para fora.
E é exatamente esse o olhar do Renova Galo sobre o Atlético.

Atualmente, grande parte da torcida repercute a hashtag “Fora 7Camara”, como se a simples troca de comando pudesse resolver definitivamente todos os problemas do Atlético.
O Renova Galo defende algo muito mais profundo e transformador como a mudança de métodos e concepções de governança e gestão no clube, o que é muito mais do que uma simples dança de cadeiras.

Assim, ao olhar para dentro do clube, o Renova Galo consegue perceber que existem iniciativas florescendo dentro do Atlético que merecem ser consideradas, melhoradas e potencializadas.
Sette Câmara, talvez para dar um toque pessoal ao Atlético e se descolar de antigos aliados, produziu um paradoxo no clube ao acenar com a perspectiva de profissionalização com as contratações de Chávare e Rui Costa, ao mesmo tempo em que insiste em conduzir a política atleticana de maneira feudal, abusando das chapas únicas e direcionadas para a mantença do poder, sem oposição e sem o debate próprio de eleições verdadeiramente democráticas.

No artigo “Autocracia x Democracia, o paradoxo Atleticano”, publicado aqui no Fala Galo, discorri sobre essa encruzilhada atleticana e deixei uma questão no ar, em forma de provocação.

É que, a partir do momento em que o paradoxo atleticano se estabelece, impõe-se uma pergunta que não quer calar e que deve ser enfrentada por quem quer, de fato, construir aquele Atlético dos nossos sonhos: o que vai prevalecer no final, essa ainda embrionária guinada para a profissionalização ou a vocação crônica e histórica para e pelo poder feudal? Nunca é demais repetir que o futuro do Atlético depende da resposta a essa pergunta. Ou melhor, da opção que vai prevalecer.

Ainda que incipientes e de mínima repercussão, o trabalho de Junior Chávare na base e o encorpamento do profissional que Rui Costa está a desenvolver merecem atenção e cuidados.
O desconhecimento por parte da grande maioria da torcida do que efetivamente acontece intramuros do clube, a leva a propor soluções de descontinuidade de comando, sem se preocupar em preservar o que, por ventura, esteja sendo feito de bom.

Sette Câmara merece sim várias das críticas que vem recebendo, mas também é verdade que o que há de positivo, e há, nessa sua conturbada e polêmica gestão, pelo bem do clube deve ser reconhecido, divulgado e olhado com atenção.

Ao olhar para fora, o Renova Galo busca conhecer o universo do futebol, dissecar o complexo sistema que rege o futebol brasileiro e identificar os diversos atores que o compõem e nele interagem, a fim de propor estratégias que permitam ao Atlético enfrentar com altivez as demandas e os desafios que são impostos ao clube.

O Renova Galo percebeu, também, que o futebol brasileiro é um universo em constante transformação.
O chamado clube-empresa, por exemplo, um novo modelo que está surgindo no futebol brasileiro graças a entrada de empresários e investidores no controle de equipes médias e pequenas sem passivo ou com passivo equacionado. Em breve isso mudará radical e definitivamente a fisionomia do esporte bretão no Brasil, tornando anda mais desafiadora e difícil a vida de clubes como o Atlético.

O Flamengo merece um destaque especial, não só graças ao enxugamento das suas finanças na gestão Bandeira de Melo, mas também aos contratos faraônicos das transmissões televisivas, aos patrocínios nababescos e à modernização de sua governança.
O Flamengo é hoje o clube brasileiro mais atraente para investidores de grande porte e, por isso, pode se descolar dos demais co-irmãos de maneira abismal e inédita na história do futebol brasileiro.
Nem Palmeiras e Corinthians, em constante ebulição interna, se não se modernizarem em termos de gestão, conseguirão fazer frente ao rubro-negro carioca, e olha que os dois grandes de São Paulo já possuem receitas consideráveis.

E o Atlético? Se algo de diferente e revolucionário não acontecer, estará condenado a ser um mero coadjuvante.
O Renova Galo, que busca transformar o Galo das Alterosas com esses cuidados e filosofia, atinge agora uma nova etapa e sabe que só será possível continuar nessa caminhada com chances reais de sucesso se você, atleticano, se juntar ao movimento, trazendo suas ideias, fazendo as suas críticas e emprestando a sua energia.

Fica o convite para você, leitor, conhecer o Renova Galo, buscar as redes sociais do movimento e se inteirar de nossas ideias e propostas.

Por fim, vale deixar claro que nenhum dos criadores e articuladores do Fala Galo tem como objetivo pleitear algum cargo no clube.

RENOVA GALO: TODOS PELO ATLÉTICO E O ATLÉTICO POR TODOS

 

**AS COLUNAS “PRETO NO BRANCO” E “OPINIÃO DO TORCEDOR” SÃO ESPAÇOS DISPONIBILIZADOS PARA OS SEGUIDORES, COM ISSO, AS OPINIÕES POSTADAS NAS MESMAS NÃO SERÃO NECESSARIAMENTE OPINIÕES DO FALA GALO.

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Edição: Jéssica Silva
Edição de imagem: André Cantini 
Edição de texto: Angel Baldo