Análise Atlético 1 x 4 Grêmio: Ninguém mais morre no Horto

 

 

Carol Castilho
Do Fala Galo, em Belo Horizonte
14/10/2019 – 14h09

Fracos, incompetentes, covardes, sem vergonha, safados… São estes os adjetivos que caracterizam o “time” do Galo. Um bando de jogadores sem amor pela camisa. Os únicos que realmente amam o CLUBE ATLÉTICO MINEIRO somos nós torcedores, que mesmo o time nos fazendo passar vergonha atrás de vergonha não o abandonamos. Vamos aos jogos sempre, faça chuva, faça sol. Passamos raiva, choramos e somos os mais decepcionados.

A noite de ontem foi um desastre, os ânimos estavam a flor da pele, foi um jogo nervoso e pesado, que culminou em mais uma derrota, desta vez para o Grêmio. 4 a 1 e a confirmação do que já sabíamos: a saída do jovem técnico Rodrigo Santana.

Vamos ver o que o Atlético vai arrumar daqui em diante no Campeonato Brasileiro.

Vamos saber o que as mulheres do Galo têm a dizer desse “joguinho nervoso” na Arena Independência. As torcedoras Jé Meireles, Lunna Nepomuceno e Mariana Capachi analisam esta partida.

Marquinhos foi um dos poucos que se salvaram na partida – Foto: Bruno Cantini / Atletico
ARQUIBANCADA FEMININA

A torcedora Mariana Capachi, de 38 anos, faz uma análise do 1° tempo: “O Galo começou bem retraído, jogando com um adversário muito superior taticamente, mas aos poucos, mesmo com menor posse de bola, conseguiu ser mais objetivo e chegar ao gol do Grêmio sete vezes, com duas chances claras de Luan e Elias, em que Paulo Victor fez milagre. O Galo jogava bem, controlava o Grêmio, criava chances e não era incomodado. Com a falha grotesca do Wilson no primeiro gol do Grêmio o time se desestruturou, especialmente no quesito psicológico.

O Grêmio tomou o controle total do meio de campo, conduzindo a bola, principalmente pelo espaço dado por Nathan e Elias e com o lado esquerdo da defesa do Galo muito aberto. O Atlético parou de criar, o time ficou todo desorganizado, jogadores claramente ‘se livrando’ da bola. Luan e Rever ainda buscavam o jogo, mas a pressão do momento atual do Galo e da torcida (que ao levar o Gol se virou contra o time) mostrou um time de jogadores medianos que não sabem chamar a responsabilidade.

Em um lance semelhante ao jogo do Flamengo, Patric dá o bote errado e Luan, afoito, fez o pênalti que culminou no segundo Gol do Grêmio. Mesmo sem poder de reação, conseguimos um pênalti que poderia trazer a confiança de volta para o time, e assim voltaríamos para o segundo tempo ainda ‘vivos’ no jogo”.

Luan cometeu e sofreu um penal na partida – Foto: Bruno Cantini / Atletico

A torcedora Jé Meireles, de 27 anos, destaca o lance bizarro com o goleiro Wilson: “A única coisa do primeiro tempo que fica passando 300 vezes na minha mente é aquela bizarra cena do Wilson. É sério, aquele momento ali nunca é de um profissional. Eu concordo que todos nós – como profissionais ou na vida – somos passíveis a erros, mas aquilo ali foi algo que não pode NUNCA acontecer com um profissional… Ele simplesmente jogou a bola para dentro do próprio gol. Não adianta, não verei como algo natural ou uma fatalidade! O Galo continua com a intenção de ir para cima, porém só a intenção não balança rede, é preciso mudar a postura de forma enérgica e com um imenso senso de urgência!”

MELHORES E PIORES EM CAMPO: “Marquinhos e Di Santo, únicos nomes que salvaram e que merecem citação, o resto não vale nem a pena gastar caractere nem para falar mal. Deixamos de ser azarados e começamos a ser incompetentes”.

A jornalista adere a queda de rendimento a instituição sem comando: “O problema é que aceitamos a máxima: ‘Se não é sofrido, não é GALO’ e isso serviu de máscara para as falhas, desinteresses e principalmente para aceitar os títulos perdidos. A queda de rendimento se dá graças a uma instituição sem comando, sem pulso e gerida por uma equipe sem o mínimo de respeito para com o Atlético” finalizou.

A torcedora Lunna Nepomuceno, de 24 anos, faz uma análise do 2 ° tempo: “O segundo tempo foi uma confirmação daquilo que estava sendo desenhado na primeira etapa. O time do Grêmio dominou o Atlético do início ao fim, tendo claras oportunidades de gol, e sendo decisivo nas finalizações. Com a expulsão do Cazares, o Galo até tentou fazer o segundo gol, mas não teve êxito. Uma atuação péssima.”

MELHORES E PIORES EM CAMPO: “Com as falhas grotescas que cometeu, o goleiro Wilson, Elias e Patric, foram os piores em campo a meu ver. E como pontos positivos o Bruninho, Di Santo e Luan”.

A torcedora Mariana Capachi ainda analisa a passagem de Rodrigo Santana pelo clube: “Eu era a maior defensora da permanência do Santana, principalmente por já termos vivenciado esse ciclo nos últimos cinco anos. Chega um treinador novo (com a promessa de um trabalho em longo prazo), o time muda a postura, ganha ânimo, joga bem, marca pontos. Com dois, três meses de trabalho o time se acomoda. Volta a perder pontos fáceis, a fazer jogos sem raça. Começam as desculpas para mandar o treinador embora: ‘perdeu o comando’, ‘ninguém respeita’, ‘está nitidamente abalado’, ‘Elias já tomou o controle’, ‘Luan fez complô para derrubar”… Entre outras tantas desculpas. A torcida começa a cobrar insistentemente a demissão do treinador, e com uma diretoria omissa, o treinador é demitido.

Chega novo treinador (com a promessa de um trabalho em longo prazo): o time muda a postura, ganha ânimo, joga bem, marca pontos. Com dois, três meses de trabalho o time se acomoda. Volta a perder pontos fáceis, a fazer jogos sem raça… E segue o looping. De 2015 para cá já giramos sete vezes. E a culpa é mesmo do Rodrigo Santana?

Tem uma frase de um amigo, Paulo Azulay, que descreve bem o que penso: ninguém é bom em maio e péssimo em outubro. Ou Rodrigo Santana sempre foi ruim, ou algo mudou no extracampo.

Mesmo com suas incoerências de escalações e substituições, não podemos esquecer que estamos com muitos desfalques, e para um plantel como o do Galo, isso faz uma diferença enorme, e brinco que eu não gostaria de estar no lugar do Rodrigo Santana ao olhar para o banco de reservas.

A torcida vive pedindo uma continuidade de trabalho, mas acaba perdendo a paciência com sequências de resultados negativos, e a diretoria, ao meu ver, bancou até onde pôde sua permanência. Em entrevista, Rui Costa explicou bem o momento: ‘Tentamos fazer algo diferente do que normalmente acontece no futebol brasileiro. Entendíamos que ele merecia… até pela forma que ele assumiu, merecia o tempo para recuperar o que ele já havia demonstrado. Mas esse tempo não é mais suficiente, porque aí começa a acontecer questões que extravasam a relação profissional, você começa a afetar a pessoa física, o indivíduo e o grupo também’.

A roda girou mais uma vez, Vagner Mancini chega com contrato até dezembro, achei péssima escolha, mas entendo a recusa de treinadores em vir para o Galo. Acredito no trabalho do Rui Costa e que o Galo adotará uma postura diferente, com a escolha sensata e consciente de um novo treinador para 2020, que possa fazer um trabalho em longo prazo, inclusive com uma reformulação de elenco”.

Franco Di Santo marcou o único gol do Atlético na partida – Foto: Bruno Cantini / Atletico
TRAJETÓRIA DE RODRIGO SANTANA

Rodrigo Santana foi efetivado pelo Atlético durante a Copa América, após assumir o posto interinamente deixado vago com a saída turbulenta de Levir Culpi e a eliminação do Galo na Libertadores.

Rodrigo Santana deixa o alvinegro após 41 partidas, com 18 vitórias, 6 empates e 16 derrotas, com 50 gols marcados e 49 gols sofridos. O técnico chegou ao Galo em 2018 para assumir a função administrativa nas categorias de base, até chegar a ser treinador do sub-20 do clube.

ARQUIBANCADA FEMININA

Carol Castilho: temos opções no mercado. Para você, quem seria o técnico ideal para o Galo?

Jé Meireles: “O ideal para o Galo não seria apenas trocar de técnico, seria mudar toda a gestão, o DNA da incompetência, do medo e da omissão está neles! Se vier Odair vamos brigar com o rival para não cair. O Galo necessita de alguém que tire os jogadores e diretoria da zona de conforto, que mude radicalmente o modo de jogar, de pensar e que prepare uma lista de dispensa e contratação para 2020. Os dois nomes que apostaria para um trabalho como o citado são Cuca e Felipão e, sinceramente, acho que nenhum dos dois vai querer embarcar nisso. E temos o fator: ‘Não sabemos negociar!’. Não adianta esperar algo grande de pessoas que pensam pequeno e que principalmente não querem ser contestados por um subordinado. Enquanto essa diretoria e companhia estiverem no Galo seremos obrigados a aceitar o mínimo do mínimo, já que não possuem capacidade para nada… Minto, possuem sim, em ficarem bravos com torcedores.”

Carol Castilho: Para você, quem é o principal culpado desse momento do Atlético?

Lunna Nepomuceno: “Acredito que seja a diretoria. O time não tem grandes mudanças, não se vê presente o presidente do grupo, não se vê cobrança, não se vê postura para tornar o time aquilo que desejamos e esperamos. A austeridade financeira que o presidente citou no início do seu mandato não funcionou. Contratações que não vingaram e não há oportunidade para os meninos que estão saindo da base.”

Carol Castilho: Para quem sonhava com G6, agora terá o pesadelo de lutar contra o rebaixamento. Você acha que isso é possível, ou é um exagero?

Mariana Capachi: “Eu sou muito otimista, essa luta pelo rebaixamento já tem dono. Mas matematicamente é possível. A torcida do Galo é extremamente passional e tem essa mania de exacerbar. Conto com a mudança de postura do time com a chegada do Mancini (me assusta um pouco pelo estigma de ‘senhor rebaixamento’). Os números do segundo turno não nos favorecem, mas acredito numa melhora do rendimento”.

Os ânimos estavam tão exaltados, a torcida estava tão revoltada com a situação que a arquiteta e urbanista precisou sair por estar defendendo o time: “Eu fui convidada a me retirar do campo, tudo muito educadamente, inclusive para minha proteção, porque me excedi ultrapassando o cordão limite do alambrado e fui contra toda a torcida na maneira grotesca de protesto, inclusive sendo ameaçada por alguns torcedores. Os reservas estavam sendo atacados violentamente – levaram cusparada e copo de cerveja, podendo até prejudicar o Galo com a perda do mando de campo. Ricardo Oliveira chegou a perder a cabeça e entrar em embate com o torcedor. Sofreram ataques racistas e regionalistas, o que para mim é inadmissível nos dias de hoje. Consegui ainda dialogar com Léo Silva, que tentava acalmar os ânimos, mas que também estava nitidamente abalado. Sou contra qualquer tipo de violência, falar mal faz parte, mas violência verbal não” finalizou.

Quero agradecer a colaboração das torcedoras Jé Meireles, Lunna Nepomuceno e Mariana Capachi. Muito obrigada pelo tempo reservado e análises feitas.

Então, torcedores, curtiram as análises da Arquibancada Feminina? Então fiquem ligados nos nossos pós-jogos.

 

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Edição: Jéssica Silva
Edição de imagem: André Cantini