Vexame: Galo é eliminado nos pênaltis e se despede da Copa Sul-Americana

 

 

Jéssica Silva
Do Fala Galo, em Montes Claros
27/09/2019 – 01h14

A péssima fase do Atlético fez com que o jogo contra o Colón, valendo vaga na final da Copa Sul-Americana, fosse motivo de preocupação para a torcida durante toda a semana. No Mineirão, os comandados de Rodrigo Santana controlaram boa parte do jogo, abriram vantagem, mas recuaram na etapa complementar e viram o Colón levar a decisão para os pênaltis e se classificar para a final da competição continental.

No primeiro tempo a surpresa foi boa. O time atleticano, que há tanto tempo não mostrava sangue nos olhos, fez uma partida segura e mostrou desde o início estar interessado apenas na vitória. O Galo dominou o Colón, que tinha como objetivo apenas se defender, e chegou com perigo à área dos argentinos.

Com a volta de Jair e Luan ao meio campo e uma boa apresentação de Cazares, a equipe alvinegra se movimentou bem, chutou a gol e conseguiu trabalhar bem a bola. Os visitantes, por sua vez, não conseguiram colocar a redonda no chão para tentar uma chegada mais perigosa, pois era grande o domínio do Atlético.

Aos 39 minutos, Di Santo abriu o placar no Mineirão e fez valer toda a superioridade do Atlético. O fato de o time atleticano ter sido o comandante das ações em todo o primeiro tempo fez com que o placar de um a zero fosse lucro para o Colón.
Jair, que havia acabado de voltar ao time, sentiu no finalzinho da primeira etapa e não voltou para o segundo tempo. Como alternativa, Rodrigo Santana acionou Zé Welison.

Jogadores comemoram o gol de Di Santos / Foto: Cantini

A saída daquele que atualmente é o principal nome do time anunciava um desfecho infeliz para o Atlético, mas não era possível perceber, principalmente porque o Galo ampliou o placar com Chará, após bela arrancada de Cazares. Com a vantagem de dois a zero, o time atleticano recuou e deixou suas limitações técnicas ficarem acima da vontade de fazer um placar ainda maior. A covardia foi cobrada com juros e correção.

O Galo não tem um time qualificado, nem mesmo consegue ser superior a muitas equipes hoje em dia, mas ontem estava frente a frente com um adversário também limitado tecnicamente, portanto, tinha o dever de alcançar a classificação. A vaga na final da Copa Sul-Americana estava nas mãos do Atlético, mas como fizeram durante toda a temporada, os jogadores atleticanos deram adeus a qualquer possibilidade de sucesso em questão de minutos.

O pênalti infantil cometido por Elias, o que nos rendeu um caminho mais difícil, poderia ter sido evitado, mas o destino parecia ter como objetivo nos fazer sofrer. Pior que isso só o desfecho sem alegria, sem compensação, apenas uma multidão de frustrados mais uma vez.

Na disputa de pênaltis, Cleiton nos deu esperança logo no início ao fazer uma defesa importante. Minutos mais tarde, Réver e Cazares desperdiçaram suas cobranças e viram o Colón comemorar uma vaga que deveria ser nossa.

Cazares é consolado pelos jogadores após errar o último pênalti / Foto: Cantini

Mineirão lotado, competição continental, disputa de pênaltis. O cenário lembrava dias felizes em que o Atlético era um time em quem se podia confiar. Mesmo com tantas semelhanças, o final da história não poderia ser o mesmo. Não temos mais a diretoria de outros tempos, comissão técnica, tampouco os jogadores. Mas o principal problema é que não temos a organização, o comprometimento, o interesse em se manter no topo até o fim.

A partida feita pelo Atlético não foi ruim, principalmente no primeiro tempo. A questão é que um coletivo que não funciona, uma equipe que recua e chama o adversário e um plantel cujas alterações nunca acrescentam muito ao jogo não é o conjunto de coisas que fazem um time campeão.

Em poucos minutos o Galo jogou fora dinheiro, prestígio, possibilidade de título e classificações importantes, representando bem o que vem sendo o dia a dia do clube, desde a diretoria até os atletas. O Atlético do primeiro tempo merecia ser finalista, mas o que se apresentou após o intervalo agiu como se já houvesse feito o bastante.

Talvez não fosse mesmo justo que uma equipe sem planejamento, critérios ou comprometimento chegasse a um título, mas para quem veste a camisa alvinegra derrota após derrota, sem abaixar a cabeça, vencer a Sul-Americana seria um alento e tanto para esse ano tão difícil, mas não foi. O torcedor paga caro pelos erros de sua diretoria, que desencadeiam uma série de outros erros, sejam do comando técnico ou do grupo de atletas. O fim da história é frustrante e doloroso, mas não surpreendente, pois a bola pune.

Não foi dessa vez, Galo. Mais uma vez não foi.

 

FICHA TÉCNICA: ATLÉTICO (3) 2 X 1 (4) COLÓN-ARG

Atlético
Cleiton; Patric, Igor Rabello, Réver e Fábio Santos; Jair (Zé Welison, no intervalo) e Elias (Geuvânio, aos 39’ do 2ºT); Luan (Vinicius, aos 27’ do 2ºT), Cazares e Chará; Di Santo
Técnico: Rodrigo Santana

Colón-ARG
Burián; Vigo, Ortiz, Olivera e Escobar (Esparza, aos 17’ do 2ºT); Zuqui, Lértora, Aliendro (Bernardi, aos 9’ do 2ºT) e Estigarribia (Chancalay, aos 48’ do 2T); ‘Pulga’ Rodríguez e Morelo
Técnico: Pablo Lavallén

Gols: Franco Di Santo, aos 39’ do 1ºT, e Chará, aos 5’ do 2ºT (ATL); ‘Pulga’ Rodríguez, aos 36’ do 2ºT (COL)
Cartões amarelos: Patric, aos 30’, Cleiton, aos 32’, e Vinicius, aos 46’ do 2T (ATL); Olivera, aos 16’, e Burián, aos 49’ do 2ºT (COL)

Motivo: partida de volta da semifinal da Copa Sul-Americana
Local: Mineirão, em Belo Horizonte
Data e horário: quinta-feira, 26 de setembro de 2019, às 21h30

Público: 45.560 torcedores
Renda: R$ 1.706.915,00

Árbitro: Andrés Rojas (COL)
Assistentes: Alexander Guzmán e Dionísio Ruiz (COL)
VAR: Esteban Ostojich (URU)

 

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Edição: Jéssica Silva
Edição de imagem: André Cantini