Análise Arquibancada Feminina: Athletico 1 x 0 Atlético

 

 

Carol Castilho
Do Fala Galo, Belo Horizonte
19/08/2019 – 07h16

Infelizmente, não foi desta vez, Galo!

Você tentou, lutou, mas foi no detalhe que o Athletico PR (falso) resolveu a partida. Claro que sempre queremos sair com a vitória, mas tendo em vista que o alvinegro não perdia há seis jogos, a derrota é perdoável. Mas não podemos nos acomodar e devemos sempre trabalhar para melhorar. O Galo continua na parte alta da tabela, em 4° lugar, com 27 pontos.

Você, torcedor que não pôde viajar com o Galo para Curitiba, teve que acompanhar o jogo pelo bom, velho e querido radinho, ou pelo pay-per-view.

Foto: Bruno Cantini

Eu vou apenas deixar os dados de uma pesquisa encomendada pela Secretaria de Comunicação do governo e realizada pelo Ibope, em 2017, que foi divulgada pelo site G1. Cerca de 90% dos brasileiros se informa pela televisão sobre o que acontece no país, sendo que 63% tem na televisão o principal meio de comunicação. Fala Sério! Sacanagem não ter um acordo decente para o jogo ser transmitido na televisão.

Enfim… Vai entrar em campo o melhor time de comentaristas de futebol do Galo. A “Arquibancada Feminina” de hoje vai contar com a participação das torcedoras Karyne Teixeira, Marceli Cordeiro e Mariana Capachi, que comentam a partida disputada na Arena da Baixada.

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Alguns conflitos cercaram este confronto. A Arquiteta e Urbanista, Mariana Capachi, explica o que aconteceu e o que foi resolvido: “pelo estatuto do torcedor, locais equivalentes no estádio têm que ter o mesmo preço pra torcida visitante e para a torcida local. Por exemplo, se você tem um jogo no Mineirão, o setor laranja tem o mesmo preço do Amarelo, que são arquibancadas iguais em lados opostos. O Athletico Paranaense colocou ingresso a R$ 150,00 e fez uma ‘promoção’ para os seus torcedores pagarem R$75,00 e crianças de até 12 anos ter gratuidade, mas não aplicou a mesma promoção para o Galo. Nós ficamos com ingressos em setores equivalentes a R$150,00, o dobro do preço. Após muita briga, a Galotiba inclusive entrou em contato direto com a advogada do clube paranaense, eles voltaram atrás e colocaram o preço promocional também para a nossa torcida. O Athletico sempre tem problemas com torcidas adversárias. Ano passado eles aboliram a torcida visitante, ficando torcida mista. O torcedor não tinha um setor próprio do estádio para torcer para seu time, tinha que ficar misturado com a torcida do Furacão. Eu mesma não me sentiria confortável em ver um jogo com a camisa do Galo ao lado de algum mandante”, finalizou a torcedora.

A servidora pública do estado do Paraná, Marceli Cordeiro, do Consulado Galotiba, acompanhou a partida na Arena e nos faz uma pequena análise do jogo.

ANÁLISE DO JOGO: “No primeiro tempo vi o Galo perdendo muitas chances claras de gol, errando passes, embora começando melhor e até acredito que foi melhor a partida toda. O Papagaio pecou nas finalizações, parece até querer a posição de qualquer jeito. O lance em que ele deu um chapéu e praticamente recuou para o goleiro, não passou a bola para o jogador ao lado, não sei bem quem, pois estava muito longe… Acho que era o Cazares, mas o Galo não jogou mal. A zaga estava ótima, Igor Rabelo e Rever ganhando tudo, sentiram o Guga esforçado, correndo muito, mas dá para sentir a inexperiência dele, teve um lance em que ele perdeu a bola assim, de bobeira, e deixou sair na lateral”.

MELHORES: “Achei que o gol sairia com o Nathan, Fábio Santos jogou bem, mas faltou o gol”

PIORES: “Chará dispensa comentários, errou nas finalizações que poderiam  resultar nos gols da vitória. Geuvânio demorou a  entrar e não vi nada dele, até pelo pouco tempo”.

Vencer na Arena da Baixada é muito difícil, mas não impossível. Para Marceli, o que definiu este jogo foram os detalhes: “A pressão da torcida paranaense é muito forte. Teve tumulto e tudo, os altos falantes gritando o tempo todo, parece que a gente está dentro de uma cápsula prestes a explodir. O bom é que pude ver meu Galão ao vivo e é adrenalina pura!”, finalizou a fanática pelo Galo.

Em razão de acordos distintos de transmissão dos clubes, o jogo não teve transmissão na TV (então conecte o seu fone de ouvido no radinho e acompanhe). Em época de futebol moderno, o torcedor não pôde assistir ao seu time jogando fora de casa, assim como era antigamente. Quem não tem condições de acompanhar o time em viagens, acompanha pela televisão, uma das ferramentas mais populares e mais antigas no Brasil.

A estudante Karyne Teixeira, de 20 anos, fala o que pensa sobre não ter tido transmissão: “É chato, mas isso é só mais uma demonstração do amadorismo que é o futebol brasileiro. Os times não conseguirem se reunir para formar uma liga e profissionalizar o esporte, procurando trazer lucros para todos. Ao invés disso, preferem lutar cada um pelo seu e, no final, todos saem perdendo” disse a torcedora.

Foto: Lancenet

ARQUIBANCADA FEMININA

Carol Castilho: Algo que dividiu a opinião da torcida é que o substituto de Patric, o lateral Guga, tatuou a perna e poderia ficar fora do jogo de sábado. Isso foi antiprofissionalismo do jogador, ou foi criado um alarde desnecessário?

Mariana Capachi: “Acho as duas coisas. Nenhuma tatuagem tem caráter urgente que não possa esperar para ser feita. Tenho 14 tatuagens, algumas cicatrizaram com dois dias, outras com uma semana, algumas inflamaram. Não tem como você saber como o seu organismo vai reagir. Quando seu corpo é o instrumento do seu trabalho, acho que deve ser evitada qualquer coisa que comprometa sua habilidade física. Guga vinha de uma sequência no banco, na semana em que tem a chance de ser titular e mostrar o seu futebol, faz uma tatuagem que poderia sim ter deixado ele de fora do jogo, ou num confronto direto, numa dividida de bola, tirar o pé pra evitar o contato. Erro dele, inexperiência. E não sabemos se o Galo deu o aval ou não. Para mim, um profissional completo está comprometido 100% com o time, ao meu ver ele escolheu o momento errado. Mas isso não nos dá o direito de falar mal do jogador, até porque ele treinou normalmente durante a semana. Fizeram realmente um carnaval em torno disso, não somente a imprensa, os próprios torcedores foram nas redes sociais massacrar o Guga. Quanto à imprensa, a maneira como lida com essas situações deixa nítido que a intenção é implantar a discórdia. Quando não tem motivo, busca algum extracampo pra implantar crise no Galo. Mas parte da torcida já acordou para essas notícias sensacionalistas, e o fato de o Guga ter treinado normalmente tirou totalmente o foco da matéria.”

Carol Castilho: Clayton retorna do Bahia. Pelo desempenho no clube de Salvador, em que você acha que ele pode ajudar a equipe?

Karyne Teixeira: “Na verdade, não o acompanhei no Bahia, mas parece que jogou pouco. O Clayton foi uma contratação difícil que o clube conseguiu fechar. Chegou a ser aproveitado aqui mais pelas pontas, mas o via desde os tempos de Figueirense mais como um 9 mais móvel (o dito falso 9). Talvez com a inconstância dos nossos centroavantes, aliada à forma de jogo do Rodrigo, onde todo o time tem que contribuir nas fases defensivas e ofensivas, ele possa jogar de fato onde mais rendeu e, quem sabe, demonstrar o futebol que desde os tempos de Figueira não conseguiu.”

Quero agradecer a colaboração das torcedoras Mariana Capachi, Marceli Cordeiro e Karyne Teixeira. Muito obrigada pelo tempo reservado e análises feitas.

 

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Revisão: Jéssica Silva
Edição: André Cantini