Teria sido melhor ver o filme do Pelé

 

 

Por Carol Castilho / Revisado por Jéssica Silva

O Atlético e a sua incrível mania de levantar quem está praticamente “morto”. A diretoria sempre deixou bem claro que essa parada para a Copa América seria fundamental para se organizar, efetivou Rodrigo Santana, trouxe reforços e etc. Enquanto isso, no outro lado da Lagoa da Pampulha, o clube celeste só se complicava com denúncias de lavagem de dinheiro, a diretoria se desfazendo e claro, o time não vencia há nove jogos. Tudo estava contra.

Se você for colocar no papel, a situação era totalmente favorável ao Atlético, mas futebol se resolve nas quatro linhas. A noite desta quarta-feira (11/07) provou isso. Mesmo com uma bagunça nos bastidores, o time celeste conseguiu fazer o dever de casa e vencer o Atlético no Mineirão, praticamente garantindo a sua vaga na próxima fase da Copa do Brasil.

Vamos fazer uma análise tecnicamente feminina? O ‘Arquibancada Feminina’ de hoje conta com a participação das atleticanas Cecília Oliveira, Tâmara Santos e Cris Bastos, que estava no jogo. Elas farão uma análise da partida e nos contarão quais são suas expectativas para o próximo jogo.

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A professora Cecília Oliveira, de 33 anos, faz uma pequena análise do primeiro tempo: “O time do Galo ontem iniciou o jogo bem, fazendo marcação alta e pressionando o adversário na saída de bola. Conseguiu até algumas roubadas por causa disso. Fez certa pressão. Não havia deixado o Cruzeiro jogar, nem chegar ao gol do Victor. Porém, num belo chute o rival abriu o placar e parece que, para o time, a motivação para jogar acabou ali. Rodrigo Santana disse na coletiva que o gol aos 12 minutos acabou com o planejamento do time para o jogo. Como assim?! Vamos lembrar que o time ganhou do Santos, em São Paulo, de virada. Aliás, jogou melhor depois que tomou o gol. Em um clássico isso deveria ser muito mais verdadeiro. Deveríamos ter visto um time com mais pegada, vontade nas disputas e indo para cima do adversário, mas foi exatamente o contrário. O segundo gol é o exemplo mais claro disso. Erro grotesco do Réver, com um passe horroroso, e falta de análise do jogo do Zé que quando viu que não chegaria na bola deveria ter ido direto no corpo do adversário pra fazer a falta e não ter tentado disputar a mesma. Depois desse gol então, o time realmente jogou a toalha. O cúmulo do absurdo”.

Houve um apagão ou o time nunca brilhou?
Cecília: “Esse time do Galo não tem brio, os jogadores não têm personalidade o suficiente para entender o que está em jogo quando se joga contra o time do outro lado da lagoa. Parece que ninguém tem hombridade para bater no peito, colocar a bola debaixo do braço e chamar a responsabilidade do jogo. O time foi um amontoado de jogadores que não estavam nem aí para o que estava acontecendo em campo. Time sem vibração, frio, sem alma e que não sente a derrota. Não ficam incomodados com isso e isso dói tanto ou mais no torcedor do que a derrota em si. Lembro que naquele episódio do 6×1 você via raiva, indignação no rosto dos jogadores na saída do campo, ontem o semblante era calmo, tranquilo, como se nada tivesse acontecido. O time é um belo reflexo do seu presidente, apático, bobo, que tenta impressionar com frases bonitas e de efeito, mas na realidade não tem nada daquilo que fala”.

MELHORES E PIORES EM CAMPO:
“Não tem como eleger o melhor em campo pelo Galo, mas os menos piores foram o Igor Rabello e o Alerrandro, que coitado, não recebeu uma bola dentro da área para finalizar. O resto foi horrível, sofrível. Réver e Victor tiveram uma noite para esquecer. Erraram tudo o que fizeram. Victor falhou feio no 1º e no 3º gol. Réver errou tudo, TUDO que ele fez. E convenhamos, não temos lateral. A fase do Fábio Santos é horrível, mas a maioria das jogadas acontecem pela esquerda porque do outro lado está o Patric, que é até esforçado, mas total e completamente limitado e fraco. Não temos um camisa 10 de verdade, temos um vagalume que é até talentoso, mas só brilha quando lhe convém. O Luan não pode ser titular nesse time, a torcida tem que acordar. Ele é bom jogador, mas não para ser titular e alguém precisa desesperadamente o mandar parar de tentar gol de fora da área, já que é um chute pior que o outro. Elias é bom jogador, mas ontem, assim como os demais, foi péssimo”, completa Cecília.

A engenheira ambiental Tâmara Santos faz uma pequena análise do segundo tempo: “Ao meu ver, o time melhorou um pouco no segundo tempo, mas não foi o suficiente pra dar esperanças a ninguém. É irritante a postura desse time, sempre espera o pior pra poder esboçar alguma reação ao invés de ser efetivo quando tem a chance. É inadmissível estarmos em julho e a defesa ainda sofrer com os apagões que sofreu nesse jogo. É inadmissível também que o time não seja efetivo. O Atlético mal conseguiu incomodar o Fábio e quando o fez, foi totalmente sem objetividade. Foi um jogo para se apagar da memória”.

MELHORES E PIORES EM CAMPO:
“O melhor, ao meu ver, foi o Geuvânio e, ainda assim, não concordo com a substituição, pois o Cazares era a alma criativa do time. Victor, Réver, Luan, Elias e Fábio Santos foram os piores, mas isso não isenta a culpa do restante do grupo. A bola não chegou ao Alerrandro que também não conseguiu buscá-la, Chará completamente nulo, Rabello e Patric não foram suficientes, enfim, um verdadeiro desastre”.

A torcedora Cris Bastos, de 39 anos, faz um desabafo sobre o clássico mineiro, válido pela Copa do Brasil: “O problema do Atlético é muito maior que culpar um, dois ou três jogadores. É um elenco que foi desclassificado da Libertadores que não se reforçou. Não podemos achar que a crise do lado de lá ganharia o jogo pra gente. Além de um elenco mais forte, a vontade foi maior, até porque parece que o Galo não teve vontade de vencer. Este foi mais um capítulo que demonstra a nossa falta de ambição por vitórias. Avaliando alguns números, vi que tivemos uma posse de bola muito superior, mas não soubemos usar isso de forma eficiente. Ficamos com a bola, mas não criamos com ela. Rodrigo Santana foi taticamente surpreendido pelo técnico adversário”, disse a enfermeira.

A torcedora conta a experiência desagradável que sofreu no Mineirão:

“Fui embora antes de o jogo acabar, até por uma questão de segurança. Em quase 30 anos de estádio, tive uma experiência negativa que jamais tinha visto: fui para o estádio sozinha. Com a proibição de estacionar no Mineirinho, acabei parando meu carro muito próximo a torcida adversária e não valeria a pena o risco ao fim do jogo. A entrada já foi bastante dramática, preferi evitar, uma vez que o que meus olhos viam em campo não valeria tal risco”.

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Existe algum culpado ou alguma justificativa para o desastre desta noite?
Cecília: “Eu poderia continuar a enumerar as falhas uma por uma, buscando alguma coisa que justificasse o que vimos no Mineirão, mas a verdade é que não existe justificativa. São todos culpados, desde o presidente, o técnico, os jogadores e até nós torcedores, que passamos pano pra jogadores medianos e para uma diretoria medíocre. Gritamos o nome do Patric no campo, pois ele é guerreiro, grita ‘Galo’ nos corredores e comemora muito. Exaltamos o Cazares por fazer um jogaço contra um CSA da vida. Ignoramos as falhas do Victor e falamos que ele não pode ser criticado por causa dos pênaltis defendidos na Copa Libertadores de 2013. Falamos que com o Galo SEMPRE precisa ser sofrido.
Muita coisa precisa mudar, e essa mudança tem que começar na arquibancada. Que a verdadeira alma da Massa volte e paremos de aceitar qualquer migalha que nos é atirada. Que aqueles que forem na semana que vem, cobrem o jogo todo, que fiquem indignados com o que verem independente do resultado. Que falem mal de todos que merecem serem xingados, TODOS. A verdade é que precisamos resgatar o nosso Galo, e isso é urgente, antes que o mal feito pelo Sette Câmara seja irreparável.”

Vocês acreditam na virada, ou já entregaram os pontos?
Tâmara: “Futebol pode ser repleto de surpresas, nunca vou pensar que é uma missão impossível, mas nem por isso estou otimista. Espero pelo menos uma postura diferente dentro do Horto, que o time ao menos demonstre a mínima vontade.”

Cris: “Entregar? JAMAIS. Semana que vem estarei lá. Embora seja um resultado difícil de ser revertido, sou atleticana e jamais fugi da luta.
Vou cantar até o apito final. Bora pro Horto!”

Quero agradecer a colaboração das torcedoras Cecília Oliveira, Tâmara Santos e Cris Bastos. Muito obrigada pelo tempo reservado análises feitas.
Então, torcedora, curtiu a participação? Você também pode participar da nossa ARQUIBANCADA FEMININA, basta entrar em contato pelas redes sociais do Fala Galo.

 

WILDER MARCOS E BETINHO MARQUES CRITICARAM DURAMENTE A POSTURA COVARDE DO ATLÉTICO NO CLÁSSICO

 

 

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