Clientização das torcidas no Brasil! #OpiniãoDoTorcedor
Por: Paulo Azulay | #OpiniãoDoTorcedor
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Estávamos em um debate, num grupo de WhatsApp sobre a “clientelização” do torcedor de futebol. As opiniões foram das mais variadas possíveis, o que tornou a conversa ainda mais saudável.
Pontos de vista que têm seus acertos e seus erros, suas verdades e seus mitos. Porém, me incomodava uma situação. Estávamos tratando de tudo, menos do que mais importa no futebol: o AMOR que o torcedor sente pelo seu time. Comecei a refletir sobre o binarismo cliente/torcedor em 2015. Fui quase “apedrejado” em praça pública e minhas roupas queimadas, porque falar da torcida do Atlético “é uma heresia”.
Todavia, não podemos pensar que nós, torcedores do Galo, estamos numa bolha. Hoje, pelas mais variadas razões, as torcidas do Brasil não são mais como eram antes. Quase sempre a réplica a quem pensa dessa forma é: “a corneta sempre existiu, só não tinham as redes sociais na época”, o que é uma verdade. Mas, do modo que penso, há sim uma diferença brutal.
Falo por mim mesmo. Em 2005, eu estava praguejando o time do Atlético em um jogo contra o Juventude até o Quirino fazer o gol da virada e eu quase sair preso por ter abraçado o policial que estava no setor da Galoucura. Íamos do céu ao inferno e no caminho contrário em questão de segundos. Hoje, como diz meu amigo Silas, aqui do Fala Galo, vemos torcedor desejar a derrota do time de coração para dizer: “eu tinha razão, eu avisei”.
Respeito as opiniões, especial e obviamente as contrárias, daqueles que enxergam assim e em vários pontos eu concordo com eles. Porém, existe uma diferença na relação do “cliente de futebol” com seu “produto/serviço”: o AMOR.
Eu não amo a Samsung, exijo dela bons produtos e se ela acabar, vou para a Apple.
Eu Não amo a Topper, agora gosto da Le Coq Sportif.
Eu não amo a Cerveja Original, se ela acabar há uma infinidade de cervejas artesanais, inclusive, que suprirão meu gosto por esta bebida.
O fato, meus amigos, é que eu AMO o Atlético. Se ele deixar de existir, eu morro. Eu tenho uma relação de pai e filho com o Galo, às vezes sou pai e às vezes sou filho. Quem aqui abandonaria um filho? Quem aqui abandonaria um pai?
Meu amor pelo Atlético cresceu em 93, quando ficamos em 31° de 32 times. Em 94, quando fomos pra repescagem e surgiu o Reinaldo. Em 95, eu chorei quando o Guarani não segurou o Santos e fomos eliminados, faltando seis minutos para acabar a partida. Em 97, quando o juiz operou o Galo contra o Palmeiras, para que o Juca Kfouri não cortasse o braço.
Em 99, quando chorei ao ver um senhor de idade após o jogo contra o Corinthians dizer que o Galo nunca mais seria campeão. Ao chorar em 2001, por não acreditar que uma chuva nos tiraria um título. Em 2005, quando caímos e eu cantei o hino sozinho no meu quarto, porque naquele dia não pude ir ao Mineirão, se arrependimento matasse eu estaria em outra dimensão.
Em 2008, 2009 e 2011 tomamos 16 gols em 3 derrotas em clássicos. 2012, 2013 e 2014 foram apenas pequenas recompensas por ter amado tanto um time nas derrotas. Eu é que deveria agradecer ao Atlético por existir, não o contrário. Sem o Atlético, parte da minha vida não faria sentido, eu não conseguiria ser feliz, nem ser o que sou.
Eu amo o Atlético, não importa quem lá esteja, ou que divisão esteja jogando. Eu vou torcer contra o vento, contra a chuva. Eu vou torcer vendo a reprise do jogo de 1980, ano em que nasci, mesmo sabendo qual será o resultado daquela partida.
Eu não faço o Galo, o Galo me fez!