Em jogo apático, Galo é derrotado pelo Fortaleza no Ceará
Foto: Kely Pereira / AGIF
Por: Jéssica Silva
08/10/2020 – 01h09
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Já estávamos preparados para as ausências de jogadores que foram convocados para suas respectivas seleções e, consequentemente, para mudanças na equipe titular. Mesmo assim, fomos surpreendidos por Jorge Sampaoli.
Mudando totalmente a formação atleticana, o técnico argentino encarou o Fortaleza com atletas que acabaram por mostrar sua falta de sintonia com a boa fase do Galo.
Jogadores como Fábio Santos e Hyoran, que não agradam nem o mais compreensivo dos atleticanos, estiveram em campo e ajudaram a escrever a história da partida que culminou no resultado ruim que o Galo trará para Belo Horizonte. Não tivemos uma noite de “Sampaolismo” e o Atlético foi derrotado pelo Fortaleza de Rogério Ceni, mesmo tendo jogado com um homem a mais durante boa parte do jogo.
A intensidade durante os noventa minutos, o entrosamento de quem trabalha bem a bola no meio-campo para trazê-la ao ataque com maestria e aquela defesa dificilmente superada não se apresentaram na partida contra o Fortaleza. Irreconhecível, o Atlético simplesmente aceitou as investidas dos donos da casa e sucumbiu ao Leão, mesmo que a equipe comandada pelo ex-goleiro são-paulino não tenha feito uma grande partida.
A noite definitivamente não era do Galo. Mesmo que Eduardo Sasha tenha conseguido empatar a partida após o Fortaleza sair na frente, em nenhum momento o time atleticano agiu como quem queria controlar as ações do jogo, muito disso porque boa parte dos atletas escolhidos por Sampaoli para disputar a partida claramente não estão preparados nem mesmo para o mais simples dos confrontos.
As ausências de Alonso, Savarino, Alan Franco e Nathan pesaram bastante e o Galo não teve criatividade para construir uma atuação brilhante como as anteriores, o que acabou causando essa surpreendente derrota.
Marquinhos, que geralmente se apresenta bem, esteve em campo e fez uma péssima partida, inclusive perdendo um gol feito, justo no momento em que um tento atleticano poderia mudar a cara do jogo.
Mostrando defeitos que praticamente não foram notados até aqui, o Galo não conseguiu se infiltrar no sistema defensivo dos donos da casa, algo que já fez em outras oportunidades contra defesas até mais bem montadas. Definitivamente, o Atlético estava irreconhecível e parece ter escolhido um único jogo para errar tudo de uma vez, já que fez sua pior partida sob o comando de Jorge Sampaoli.
Em um campeonato longo e duradouro, é normal que a equipe apresente altos e baixos. Mesmo que o plantel seja bem montado, sempre haverá atletas que destoam do restante da equipe. Ontem, infelizmente, tivemos o desprazer de vê-los jogando juntos. Sampaoli, por mais brilhante que seja, está sujeito a cometer erros também, o que deve ser compreendido.
O ponto positivo disso tudo é saber que temos a frente da equipe um comandante que não se dá por satisfeito nem após excelentes resultados, ou seja, sua insatisfação após uma derrota e uma atuação ruim se assemelha a nossa, o que já é cinquenta por cento de um bom trabalho, feito por quem constantemente busca evolução.
O Flamengo se aproximou do Galo, o Inter encara o Red Bull Bragantino mais tarde e mesmo que vença, o Atlético ainda será o líder do Brasileirão com um jogo a menos. É claro que neste ponto do campeonato uma boa posição ainda não quer dizer muita coisa, mas é inegável que o trabalho de Sampaoli é excelente e não deve ser diminuído por uma derrota.
O Atlético tem suas carências, vai falhar neste longo caminho a ser percorrido, mas a questão aqui não é ser perfeito, mas sim ser menos imperfeito que o restante das equipes. Mantendo os pés no chão e aprendendo com os erros cometidos, o Galo de Sampaoli tem tudo para seguir com méritos na competição mais cobiçada do Brasil e pode se recuperar já no próximo sábado, às 21h00, quando recebe o Goiás, no Mineirão.
FORTALEZA 2 X 1 ATLÉTICO
Fortaleza
Felipe Alves; Tinga, Roger Carvalho, Paulão e Carlinhos (Bruno Melo, aos 28/2°T); Felipe, Juninho, Gabriel Dias e Ronald; Romarinho (Osvaldo, no intervalo, depois Marlon, aos 48/2°T)) e David (Yuri César, aos 41/1°T)
Técnico: Rogério Ceni
Atlético
Everson; Mariano (Guga, aos 27/2°T), Réver, Bueno e Fábio Santos (Marquinhos, no intervalo); Allan, Jair, Hyoran (Marrony, aos 18/2°T) e Guilherme Arana; Keno e Eduardo Sasha
Técnico: Jorge Sampaoli
Gols: David (36/1°T); Eduardo Sasha (42/1°T); Bruno Melo (39/2°T)
Cartões amarelos: Felipe (31/1°T e 38/1°T); David (21/2°T); Gabriel Dias (23/2°T) (Fortaleza); Eduardo Sasha (43/1°T); Mariano (26/2°T); Keno (49/2°T) (Atlético)
Cartão vermelho: Felipe (38/2°T)
Motivo: 14ª rodada do Campeonato Brasileiro
Local: estádio Castelão, em Fortaleza (CE)
Data e horário: quarta-feira, 6 de outubro, às 21h30
Árbitro: Savio Pereira Sampaio (DF)
Assistentes: Daniel Henrique da Silva Andrade (DF) e Jose Reinaldo Nascimento Junior (DF)
VAR: Wagner Reway (PB)